Pioneiro, Nivus quebra histórico de VW "largar depois" da concorrência
Resumo da notícia
- Carro será 1º SUV cupê compacto do país; pioneirismo é exceção na VW
- Rivais saíram na frente em vários segmentos, como aventureiros e picapes médias
- VW só entrou na briga dos SUVs compactos em 2019 com T-Cross
O Nivus não será importante apenas para a Volkswagen. Ele também inaugura o segmento de SUVs cupês compactos no mercado brasileiro.
O lançamento, inclusive, é uma decisão ousada da marca alemã, que não costuma ser extremamente inovadora a ponto de criar categorias. Tradicionalmente, a empresa adota uma postura mais cautelosa e prefere "largar atrás" da concorrência.
É bom ressaltar que isso nem sempre pode ser ruim. Afinal de contas, trata-se de uma boa chance de analisar o desempenho da concorrência antes de definir os detalhes de seu projeto.
O lado negativo é que às vezes pode ser tarde demais e brigar pelo primeiro lugar se torna quase impossível. Veja abaixo casos em que a Volkswagen saiu em desvantagem diante dos rivais.
Aventureiros
Ninguém falava em aventureiros urbanos no país até 1999, quando a Fiat lançou a Palio Weekend Adventure. Dizem, inclusive, que a marca italiana foi a responsável por popularizar a categoria na indústria automotiva, já que, até então, apenas alguns raros modelos já haviam investido na fórmula que se mostraria acertada.
A VW, porém, só foi reagir em 2003 com o CrossFox, uma versão aventureira do Fox. O compacto ganhou quebra-mato com faróis de milha, molduras plásticas nos para-lamas e até um suporte de estepe desenvolvido especialmente para o modelo.
A Palio Weekend Adventure só ganhou uma rival em 2011, quando a Volkswagen lançou a Space Cross. A perua, porém, tinha um estilo mais discreto do que o hatch. Apenas rodas de liga leve e adereços plásticos foram acrescentados. Só que o modelo não parece ter caído no gosto dos consumidores, já que a Fiat permaneceu no topo das vendas.
Picapes médias
Chevrolet e Ford foram referências de picapes no mercado brasileiro por muito tempo. Foi apenas com a chegada das rivais japonesas em meados dos anos 90 é que as atenções foram divididas com Toyota Hilux, Mitsubishi L200 e Nissan Frontier. A VW, porém, só foi entrar na briga em 2010 com a estreia da Amarok.
Desenvolvida na Alemanha, a picape vendida no Brasil vinha da Argentina, onde possui uma boa fatia do mercado até hoje. A Amarok vinha com motorização 2.0 turbodiesel de 163 cv, que anos depois seria protagonista do polêmico "dieselgate", o escândalo no qual a fabricante admitiu ter desenvolvido um software para fraudar testes de emissões de poluentes.
Em 2017, a picape trouxe um possante motor 3.0 V6 turbodiesel de 225 cv, que (com o perdão do trocadilho) turbinou as vendas do modelo. No fim do ano passado, a VW fez algumas mudanças no carro. Mesmo assim, a Amarok nunca conseguiu ameaçar efetivamente o reinado da Toyota.
Picapes leves
É verdade que a Fiat demorou mais de 20 anos para renovar a Strada. Mas o mercado não deu muita bola para isso, já que as vendas da veterana nunca caíram. Desde 2000 a representante da Fiat não dá chances para as rivais, tanto é que algumas delas até saíram de cena.
A Saveiro é uma das poucas remanescentes, embora não represente uma ameaça real ao reinado da Strada - pelo menos não nos dias de hoje. Parte do motivo se deve à lentidão da VW em acompanhar as inovações da Fiat.
Quer um exemplo? A Strada Cabine Dupla estreou no mercado em 2009 e foi responsável direta por ampliar o domínio da picape sobre sua arquirrival. Mesmo assim, a VW só reagiu cinco anos depois com o lançamento da Saveiro Cabine Dupla. A demora foi tanta que, naquela altura, a Fiat já havia dado outro passo à frente ao oferecer a opção de Cabine Dupla com três portas - algo que a VW nunca fez.
SUVs compactos
O caso mais recente aconteceu justamente com o segmento mais badalado do mercado nacional. Foi lá em 2002 que a Ford lançou o EcoSport, um utilitário esportivo feito sobre a plataforma do Fiesta. O tiro foi certeiro e o Eco reinou até 2011, quando a Renault começou a vender o Duster no Brasil.
Desde então, várias fabricantes acordaram e lançaram seus representantes. O cenário já havia mudado radicalmente em 2017, quando Chevrolet, Peugeot, Jeep, Honda, Hyundai, Nissan, Citroën e até a JAC Motors disputavam espaço com Ford e Renault.
A Volkswagen só entrou para o clube dois anos depois com a estreia do T-Cross. Pelo menos a espera parece ter valido a pena: a fabricante chegou a liderar o segmento por alguns meses em 2019 e briga pela ponta neste ano.
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