Roubos e furtos de carros sobem 22% em SP; veja os favoritos dos bandidos

O número de roubos e furtos de automóveis e comerciais leves apresentou nos primeiros cinco meses de 2022 alta de 22,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

É o que aponta levantamento da empresa de rastreamento veicular Ituran, com base em dados publicados no site da Secretaria da Segurança Pública do governo paulista e fornecido com exclusividade para UOL Carros.

Conforme o estudo, de janeiro a maio deste ano foram registradas 35.258 ocorrências do tipo, contra 28.764 em 2021. Essas são as informações mais recentes disponibilizadas pelo Palácio dos Bandeirantes.

Em 2022, o automóvel mais visado pelos ladrões é o Volkswagen Gol, que acumula 2.634 casos de furto ou roubo - quando o bem é subtraído mediante violência ou ameaça. Sozinho, o hatch da VW foi responsável por 7,5% de todas as ocorrências (confira abaixo o ranking de carros).

Segundo Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran, uma das causas para a alta nas ocorrências é o aumento na quantidade de veículos nas vias, uma consequência do fim da maior parte das restrições à circulação de pessoas que vigoravam para conter a disseminação do coronavírus.

"Está muito explícito que os casos de roubo ou furto de veículos estão voltando às médias anteriores à pandemia", estima o especialista.

Boutti prevê um "aumento considerável" na quantidade de ocorrências no segundo semestre e também em 2023 podendo até superar os números prévios à disseminação do coronavírus.

"Além de haver mais carros nas ruas, os novos ficaram muito caros e há falta de modelos zero-quilômetro devido à escassez de microchips. Dessa forma, a frota está envelhecendo e cresceu a demanda por peças de reposição para veículos usados, inclusive componentes fornecidos por desmanches ilegais".

Criminosos preferem o furto

Considerando as ocorrências registradas no Estado, 77,3% delas corresponderam a furtos, contra 22,7% de roubos. Em 2021, os percentuais foram de 79,6% e 20,4%, respectivamente.

"Os furtos predominam porque são um crime muito mais ameno no Código Penal e difícil de provar. Os criminosos só roubam veículos que não conseguem furtar, devido a tecnologias embarcadas que previnem a prática", explica Boutti.

Ele acrescenta que a preferência pelo furto também indica que o alvo do crime é realmente o veículo, pois o roubo pode ser motivado para a prática de outros delitos, como fugas ou a subtração de bens que estejam com a vítima.

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