Cinco motivos que fazem Volkswagen Gol ser líder de vendas... entre usados

Foram 27 anos como líder de vendas de carros novos no país (25 deles consecutivos). Até que o Volkswagen Gol acabou desbancado, em 2014, pelo Fiat Palio e nunca mais se recuperou (depois foi a vez do Onix liderar em 2015, 2016 e ao longo do primeiro semestre de 2017).
Mesmo não sendo mais tão atraente para o consumidor de carros zero-quilômetro (o modelo é o atual quinto colocado), o hatch ainda é líder absoluto quando falamos do mercado de usados. Em julho, mais uma vez, nadou de braçada: de acordo com a Fenabrave, foram 87.835 unidades comercializadas. Neste ano, a média mensal de veículos Gol que trocaram de dono foi de 80 mil unidades. E ele tem mantido esta posição há décadas.
Fica a pergunta: se o hatch já não tem tanto carisma ao sair da fábrica, como segue tão desejado quando se torna um veículo de segunda mão? UOL Carros ?consultou especialistas do setor e lista cinco motivos para o sucesso do Gol no mercado de usados.
Chaves do sucesso (entre usados)
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Tem muito Gol por aí
"Base instalada" é um dos principais motivos para o Gol ser tão querido nas lojas de usados e seminovos. Ter sido líder por tantos anos no mercado de novos fez o hatch espalhar 6,6 milhões de unidades pelo país desde o início da produção, em 1980, em Taubaté (SP). "É um dos carros com maior frota à disposição dos brasileiros, considerando também seus derivados, como Saveiro, Voyage e Parati. Por conta disso, o Gol vai permanecer ainda por muito tempo na lista de usados mais vendidos, fruto de décadas de liderança", avalia Eliel Bartels, gerente de engenharia do CTTI (Centro de Tecnologia, Treinamento e Inovação).
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Mecânica simples
No começo dos anos 2000, o Gol chegou a ter motor com 16V e até com turbo, mas a fraca receptividade dos clientes e a fama de manutenção cara fez a Volkswagen aposentar essas versões e voltar aos propulsores mais simples. Somente nos últimos anos o hatch voltou a ser equipado com motor multiválvulas nas versões de alto volume: o 1.6 16V MSI de 120 cv do Gol Rallye (2014) e o 1.0 12V de três cilindros e 82 cv, que já equipava o Up e o Fox (de 2016). Ser "menos sofisticado" faz o Gol tem preço muito competitivo no mercado de usados, defendem especialistas como o consultor automotivo Valdner Papa e o gerente de engenharia Eliel Bartels, do CTTI (Centro de Tecnologia, Treinamento e Inovação): "Não há complexidade na manutenção, especialmente no que se refere a motor e câmbio. Associado à disponibilidade de peças, faz a alegria dos mecânicos".
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Indestrutível?
Por conta da frota gigantesca em circulação no Brasil (e também em países vizinhos, que receberam boa parte de 1,4 milhão de unidades exportadas), o Gol tem oferta de peças de reposição bastante generosa, sobretudo aquelas de desgaste natural (pastilhas de freio e amortecedores), o que resulta em manutenção mais fácil e com preços mais acessíveis. Esse motivo somado ao anterior, da mecânica simples, acaba fazendo desse usado um trunfo de garagens e um carro que passa uma impressão positiva aos donos: "O Gol passa essa percepção de ser um carro robusto muito por conta da facilidade de manutenção e da cesta de peças atraente, embora sua durabilidade não seja tão diferente na comparação com concorrentes após mais de dez anos de uso", aponta Bartels, do CTTI. Há ainda a fama de "pau pra toda obra" que acabou herdada de modelos mais antigos da marca, especialmente Fusca e Brasília.
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Tem o que o comprador procura
No mercado de usados, o perfil do consumidor é diferente: mais focado no custo-benefício e no custo de manutenção, acaba ligando menos para design e oferta de equipamentos. Recursos tecnológicos, muitas vezes decisivos para a compra de um carro zero, deixam de ser tão relevantes. "Quem compra carro usado, especialmente do segmento de entrada como o Gol, está mais preocupado com manutenção simples. Consumidor de veículo novo, por sua vez, quer modernidade, design, novidade e tecnologia, itens nos quais o Gol já não é tão competitivo", analisa Papa.
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Bom valor de revenda
O Gol hoje não está entre os modelos com menor desvalorização após três anos de uso, mas sua imagem de carro resistente, a grande disponibilidade e a oferta generosa de peças de reposição faz com que o hatch siga bem valorizado ao ser passado adiante. E isto cria um ciclo: ter alta procura e ser o usado mais vendido mantém seu valor de revenda elevado. "Quanto mais um determinado veículo vende, menos ele se desvaloriza, é a lógica do mercado", afirma Bartels, do CTTI. " Quem compra automóvel usado busca modelos com liquidez na hora da revenda, para seguir trocando de carro, e o Gol proporciona isso", confirma Papa.
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