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Road trip nos EUA: 'Aluguei um Mustang e fui de Las Vegas ao Grand Canyon'

O Grand Canyon, no Arizona, é um dos patrimônios naturais mais famosos do mundo não apenas por sua beleza, mas também pela localização. Está em uma área dos Estados Unidos cujas paisagens foram cenário de muitos road movies famosos na história do cinema mundial - entre eles, o cultuado Thelma & Louise, do diretor Ridley Scott.

Las Vegas é uma das cidades mais famosas do mundo. Seus cassinos e opções de entretenimento dia e noite atraem visitantes de todas as partes do mundo durante o ano todo. Que tal, então, reunir a cidade de Nevada e o Grand Canyon em uma mesma viagem?

Vegas tem entretenimento suficiente para preencher uma semana toda de seus visitantes. Mas, para quem curte paisagens naturais, seu entorno é ainda mais deslumbrante para explorar de carro. Cercada por montanhas no meio do deserto, tem entre as opções cânions, lagos e parques. Aliás, a apenas duas horas de Vegas está o famoso Death Valley, na Califórnia. Quem gosta de história também pode explorar parte da famosa Route 66.

Ou seja: mais do que local de jogos, espetáculos e alta gastronomia, Vegas é também ótima base para road trips cênicas.

As paradas entre Vegas e o Grand Canyon

Grand Canyon West, a cerca de 200 km da Las Vegas Strip
Grand Canyon West, a cerca de 200 km da Las Vegas Strip Imagem: Rafaela Borges/UOL

A parte mais bela do Grand Canyon é a sul, que fica a 450 km de Las Vegas. Já a região oeste está a cerca de 200 km, e é a mais comum de se visitar a partir da cidade. Como a viagem dura pouco mais de duas horas, dá para ir e voltar no mesmo dia.

Hoover Dam
Hoover Dam Imagem: Rafaela Borges/UOL

Na ida, porém, o ideal é não tocar direto de Vegas ao Grand Canyon. As estradas com diversos trechos de montanha e deserto já são um espetáculo tão belo que é impossível não parar para produzir uma foto ou ao menos contemplar. Mas há coisas muito mais interessantes do que simplesmente encostar o carro no acostamento.

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A 40 minutos da Las Vegas Boulevard - a área dos grandes cassinos, conhecida como Strip -, está a Hoover Dam. Trata-se de uma barragem que vale a parada, pois o visual é arrebatador, de tão lindo. Tanto que já foi cenário de cinema diversas vezes.

Na aproximação à Hoover Dam, está também o reservatório artificial Lake Mead (Lago Mead), cujas águas azuladas deixam a paisagem da estrada mais bela. Tanto a barragem quanto o lago foram construídos em torno do Rio Colorado, e estão em Boulder City.

Black Canyon
Black Canyon Imagem: Rafaela Borges/UOL

Na Hoover Dam, o legal é estacionar o carro e observar a paisagem. Mas há também um centro de visitantes que conta a história do local, e um café com sanduíches, bebidas e venda de souvenirs relacionados. Já o Lago Mead tem uma área de recreação. Porém, já não é programa para combinar com a ida ao Grand Canyon. Nesse caso, o mais legal é passar o dia.

Boulder City fica na divisa entre Nevada e Arizona. Logo após a fronteira, já no segundo Estado, há um ponto de observação para o belíssimo Black Canyon.

A caminho do Grand Canyon

Rodovia US-93 tem paisagens com deserto e montanhas
Rodovia US-93 tem paisagens com deserto e montanhas Imagem: Rafaela Borges/UOL
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Quem opta por fazer todas as paradas deve reservar pelo menos quatro horas para dedicar à viagem de ida. Após a Hoover Dam e o Black Canyon, a viagem até o Grand Canyon West prossegue por mais uma hora e meia.

Saindo de Las Vegas, roda-se poucos quilômetros (cerca de 11 km) pela I-15, a mesma interestadual que conecta a cidade a Los Angeles. Então, acesse a saída para a US-93, rodovia na qual o deserto e as montanhas começam a dominar a paisagem. A pista é dupla na maior parte do trecho.

É nesta estrada que será feito o cruzamento da barreira entre Nevada e Arizona. Os últimos 40 minutos são pela Pierce Ferry Road, passando por Dolan Springs - um vilarejo bonitinho com belas oliveiras ao redor - e pela Diamond Bar Road, em que já se avistam formações rochosas que são como um pré-Grand Canyon.

Vista a partir do Guano Point
Vista a partir do Guano Point Imagem: Rafaela Borges/UOL

O Grand Canyon Oeste fica na reserva Hualapai. Lá, além dos observatórios, há um local com exemplos de construções que são típicas desses nativos americanos, como casinhas de barro e fogueiras no estilo fogo de chão.

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O Grand Canyon Oeste tem três pontos de observação. O mais bonito é o Guano Point, em que dá para se avistar melhor o Rio Colorado. O desfiladeiro, aliás, foi moldado em torno de suas águas.

O deslocamento entre os pontos de observação é feito por meio de ônibus - cada um deles tem sua área de parada, com filas bem organizadas. Outro destaque é o Skywalk, um observatório com chão transparente que, na verdade, não vale a pena. O vidro está bem escuro e mal conservado, não permitindo observar bem a paisagem abaixo.

Além disso, não é possível acessar o local com smartphones ou câmeras de vídeo. A razão alegada é segurança. A verdade, no entanto, é que a administração - feita pelos Hualapai -, tem fotógrafos para produzir fotos dos turistas e vender depois. Preço? Confesso que me esqueci de perguntar. Preferi produzir minhas próprias imagens nos pontos de observação. E elas valeram a pena.

Como chegar e que carro alugar

Mustang: diária de US$ 92 e US$ 50 de combustível
Mustang: diária de US$ 92 e US$ 50 de combustível Imagem: Rafaela Borges/UOL

Como explicado acima, o caminho é pela I-15, US-93, Pierce Ferry Road e Diamond Bar Road. As duas primeiras têm pista dupla e as últimas, simples. A velocidade máxima nas vias rápidas é de 65 milhas por hora (104 km/h). Nas demais, não mais do que 80 km/h (50 mph). A sinalização é boa, para que o motorista não se confunda. E há diversos radares pelo caminho.

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Na Ferry Pierce Road, fique atento, pois é comum ver gado atravessando a pista - e há muitos sinais no chão avisando sobre isso, além de bonecos que imitam vacas atropeladas pelo caminho, no acostamento - algo perturbador, mas que serve para ressaltar a importância de manter velocidades baixas. Já a Diamond Bar, repleta de curvas, é um prazer para quem curte dirigir esportivamente - fora a beleza da paisagem.

A melhor maneira de chegar é usar o GPS, seja o do carro alugado (se houver) ou o do próprio smartphone (com planos globais ou chips internacionais). Se você prefere não depender do sinal de internet e o veículo escolhido não tiver navegador a bordo, dá para alugar o equipamento na locadora.

Se for usar Waze ou Google Maps no smartphone, convém salvar o caminho de volta antes de sair de Las Vegas - funcionalidade oferecida pelo segundo app. Isso porque o sinal na reserva do Grand Canyon é inconstante. Minha internet funcionou - uso plano global da Vivo. As demais pessoas do grupo adquiriram um chip virtual - e ficaram sem conexão na saída.

Se optar for fazer paradas, coloque a Hoover Dam como destino no GPS. Se for direto, o ponto final da viagem será o Grand Canyon Skywalk. Usar essa localização é a melhor maneira de chegar à reserva.

Não há grandes restrições a que carro alugar para o passeio, pois as estradas são boas e as vagas para veículos, amplas. Mas, talvez, para quem for parar no estacionamento fechado da Hoover Dam, convenha evitar os muitos grandes, como as tradicionais picapes F-150, Silverado e modelos da Ram

É que o acesso aos andares do estacionamento é um pouco apertado. Carros grandes passam sim - havia alguns parados lá, inclusive imensas minivans. Mas o motorista terá de fazer mais manobras, nesse caso.

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Eu aluguei um Ford Mustang conversível. A viagem, no início de abril, foi em um dia com grande variação de temperatura - de 10 a 22 graus centígrados. Então, em alguns períodos, deu para abrir o teto, observar melhor a paisagem e sentir o vento contra o rosto.

Para quem gosta de dirigir esportivamente em estradas repletas de curvas, a dica é evitar picapes, SUVs, ou mesmo sedãs mais confortáveis dos quais o público norte-americano tanto gosta - a exemplo de Camry e Accord. A sugestão é partir para um Mustang, um Camaro, um belo sedã alemão ou, se der, um esportivo.

Custos

Um dos passeios disponíveis é voo pelo Grand Canyon
Um dos passeios disponíveis é voo pelo Grand Canyon Imagem: Rafaela Borges/UOL

Não há cobrança de ingresso para o observatório da Hoover Dam. O estacionamento fechado, no entanto, custa US$ 10 (R$ 52). No Grand Canyon, não é preciso pagar para parar o carro. Mas a visita parte de US$ 54 (R$ 280), valor que dá direito a circular de ônibus pelos pontos de observação.

Combinando esse passeio ao Skywalk (minha opção, que não valeu a pena), o valor subiu para US$ 75 (R$ 390). Eu não faria esse investimento novamente. Há ainda pacotes que incluem almoço - são cerca de US$ 20 (R$ 104 a mais). Não quis saber desse. Preferi uma refeição rápida (hot dog + refrigerante) por US$ 8 (R$ 42) na própria tenda de atendimento ao cliente, a mesma em que são comprados os ingressos.

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Outras opções de passeio são os de barco, pelas águas do rio Colorado, e até de helicóptero ou avião. Estes convém reservar antes. Você confere neste link todas as informações necessárias para a visita ao Grand Canyon Oeste. Vale ressaltar que, aos preços acima, são acrescidos impostos.

Quanto à locação do carro, depende do modelo, da locadora, da data e do local de retirada. Como estava em um grupo de sete pessoas, aluguei um Mustang e um Camaro, ambos conversíveis. O primeiro foi por meio do site Rentcars.com, para retirada na Alamo. O segundo foi reservado no próprio site desta mesma locadora.

Nos dois casos, retirada e devolução foram feitas no aeroporto de Las Vegas, e a diária teve o mesmo custo: US$ 92 (R$ 478), já com todos os impostos e seguros. A locação é de 24 horas, mas optei por levar o carro de volta no mesmo dia, evitando custos com estacionamento no hotel.

Aliás, dá para fazer a locação do carro no próprio hotel. Desta vez, me hospedei no Aria, que tem escritório da Avis. Em uma visita anterior, no Resorts World, a locadora era a Hertz. Muitas vezes, quem opta pela retirada e devolução no hotel paga mais, e tem menos opções à disposição.

Como queríamos especificamente um Mustang ou Camaro com carroceria conversível, optamos pelo aeroporto, que tem mais opções de carro, aumentando as nossas chances de conseguir o que queríamos. Porém, acabamos gastando mais US$ 50 (R$ 260) com táxi (ida e volta). O valor com combustível foi de US$ 50 tanto no Ford quanto no Chevrolet. Porém, em outra ocasião, viajei a mesma distância ao volante de um A3 Sedan, e gastei US$ 37 (R$ 192).

Eu mesma reabasteci o carro e o entreguei com tanque cheio. Porém, há a possibilidade de já pagar um tanque antecipadamente à locadora, evitando o trabalho de ter de abastecer. Confira sempre os valores na retirada, para ver se vale a pena.

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