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Bom negócio? Este Porsche zero-km está com desconto de mais de R$ 100 mil

Comprar um Porsche zero-km é uma experiência bem peculiar. A marca trabalha no Brasil com uma vasta linha de opcionais, que incluem equipamentos de conforto, estética, conveniência, segurança e desempenho, entre outros. São poucos os clientes que procuram um produto sem querer dar sua cara a ele.

Por isso, a espera pode levar de seis meses a um ano, independentemente do modelo. E, com os extras, que são caros, os preços acabam ficando bem mais altos que os sugeridos pela montadora.

Mas dá para comprar um Porsche básico à pronta-entrega? Por básico, entenda o seguinte: a configuração que tem o preço inicial sugerido pela marca, sem nenhum opcional. Uma fonte da coluna foi a uma concessionária da marca apurar essas e outras informações, para descobrir que a resposta é... não, também não dá.

Para as configurações básicas, a espera vai ser a mesma, dependendo do modelo: seis meses a um ano. Por outro lado, nossa fonte descobriu também que dá para levar alguns produtos da Porsche à pronta-entrega. Ou quase à pronta-entrega.

Só que eles também têm preços bem mais altos que os de entrada. Sempre. E estão na configuração que outra pessoa escolheu. Dá para negociar desconto? Porsche é Porsche, e não tem abatimento no preço não.

O cliente vai pagar o que a configuração custa de fato. Ou seja: o mesmo valor que encontra no configurador da montadora - aquele no qual tantos aficionados por carros gostam de brincar.

Mas há uma exceção à regra. Para um modelo zero-km da marca, encontramos altos descontos no mercado: mais de 15%.

Desconto de mais de R$ 100 mil

Esse modelo é a Taycan. Em nossa pesquisa, encontramos um exemplar da perua Taycan 4 Cross Turismo, que aguardava comprador em um porto do Brasil e podia ser entregue entre 15 e 20 dias. O modelo parte de R$ 735 mil, mas essa unidade estava com opcionais que elevavam seu preço a R$ 804.957.

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Entre os extras caros há rodas de 21" especiais e interior personalizado com couro de dois tons, ambos por quase R$ 20 mil. Outro destaque é o teto panorâmico.

Porém, a autorizada informou que, na prática, estava vendendo esse exemplar por R$ 696 mil. São 15,6% de desconto, aproximadamente. O valor, aliás, é inferior ao sugerido para a versão básica da perua.

Isso também ocorre com outros Porsche?

E para outros modelos da Porsche? Nada de desconto! Havia um Cayenne E-Hybrid (versão de entrada do SUV) disponível para entrega em até dois meses. Este exemplar estava em um porto da Alemanha aguardando embarque ao Brasil.

O carro parte de R$ 690 mil. Já a unidade em questão, na cor azul, vai a R$ 787.511 por causa de opcionais. Entre os itens extras há sistemas de assistência (ACC e manutenção em faixas), tela para passageiro dianteiro, faróis matriciais HD e rodas e interior personalizados.

Um Macan S com previsão de entrega em 20 dias também não tinha desconto. O preço inicial do modelo é de R$ 610 mil. A unidade disponível, porém, sai por R$ 723.027.

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Esse exemplar tem os mesmos itens de assistência à condução do Cayenne, além de som da Bose. Outros destaques são os equipamentos de personalização estética - rodas e detalhes no interior, entre outros.

Por que só a linha Taycan

Há algumas teorias para o alto desconto para a perua Taycan. A primeira é que a linha vai mudar em breve, e sua versão atualizada já foi até apresentada. Ao Brasil, chega em 2025.

Oficialmente, porém, a Porsche informa não ter nenhuma ação de desconto para a linha Taycan. O que a marca oferece é condição especial de parcelamento e valorização do usado na troca.

Aqui, vale ressaltar que, em nossa pesquisa, não trabalhamos com a possibilidade de troca. Era apenas compra, sem dar nenhum modelo usado no negócio.

Para a linha Panamera, porém, a montadora não divulgou ação nenhuma. Essa gama também está de mudança, e a versão renovada já foi apresentada. Inclusive, está em pré-venda no Brasil, já que será lançada no segundo semestre.

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O que nos leva à segunda teoria. Os Porsche são modelos muito desejados no mercado de usados. A desvalorização na hora da revenda é baixa e, muitas vezes, há até valorização, dependendo do segmento.

Com a gama Taycan, porém, esse investimento - alto - não tem retorno tão certo quanto o dos demais. O segmento de elétricos ainda tem muitas incertezas no mundo em geral, e particularmente no Brasil, o que faz o cliente pensar duas vezes antes de investir tão alto.

Afinal, se as pessoas não querem perder muito dinheiro com o HB20, imagine com um carro de mais de R$ 700 mil. Esse e outros fatores, como os desafios logísticos de um carro elétrico, levam a linha Taycan a ter menos aceitação como zero-km, na comparação com outros Porsche.

Aliás, em março, o Taycan teve apenas emplacamentos no Brasil, mesmo número de outros dois elétricos, Ford Mustang Mach-E e BYD TAN - os dados são da Jato Dynamics. Foi o modelo que a montadora menos vendeu no mercado nacional. Para comparação, o 911 teve 161 exemplares emplacados, o Boxster, 94 e o Cayenne, 58.

Porsche à pronta-entrega

Como surgem esses exemplares à pronta-entrega de modelos da Porsche? As concessionárias não costumam manter unidades em seu estoque. O mais comum, portanto, é desistência de cliente.

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O consumidor configura um modelo, acerta o compromisso de compra e paga o sinal. Porém, tem ainda o direito de desistir durante o período de espera. E são esses exemplares os que ficam disponíveis para vendas a outros clientes, com entrega rápida.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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