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Cinco coisas irritantes nos carros atuais que montadoras precisam corrigir

Eu gosto de carros desde que me entendo por gente.

Quando criança, entre um carrinho e uma bola de futebol, eu sempre ficava com o primeiro. Comecei a trabalhar cedo, com o objetivo de ter condições de comprar um carro quando chegasse à maioridade. E hoje, felizmente, tenho o privilégio de ter uma profissão relacionada com o mundo dos automóveis.

Porém, nem tudo são flores nessa relação. Em algumas situações, carros me irritam. Eu tenho a oportunidade de guiar e testar vários modelos diferentes e torço o nariz para algumas soluções adotadas, ou suprimidas, nos veículos atuais.

Na coluna desta semana, selecionei cinco dessas coisas irritantes e tenho certeza que o leitor também vai se identificar com algumas delas.

1 - Excesso de apitos

Alerta de ponto cego
Alerta de ponto cego Imagem: Divulgação

Alertas são convenientes para lembrar algo ou acusar alguma anomalia.

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O primeiro alerta sonoro em um carro de que eu me lembro servia para avisar o motorista que estivesse saindo do carro de que os faróis estavam acessos.

Depois, vieram alertas para afivelar o cinto de segurança, primeiro somente para o motorista, depois para o passageiro dianteiro, e hoje já existem carros com alerta para todos ocupantes. Ok, alertas são úteis, mas também podem ser irritantes.

Nesses carros mais modernos, eu tento desligar o máximo de alertas que for possível - caso contrário, serei obrigado a aguentar alertas para colisão, fluxo cruzado, ponto cego, mudança de faixa, estacionamento, objeto no banco traseiro, chave dentro do carro e por aí vai.

É tanto apito para diferentes funções que, quando escuto algum, nem sei exatamente para o que o som está alertando.

Nessas horas, eu posso estar no mais luxuoso dos carros, mas desejo voltar para a simplicidade daqueles onde eu apenas dirijo, sem tantos avisos irritantes.

2 - Falta de ajustes

Muitos carros não permitem ajustar a posição ideal de dirigir
Muitos carros não permitem ajustar a posição ideal de dirigir Imagem: Felipe Carvalho / Caçador de Carros
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Carros não são produzidos como um calçado, que escolhemos de acordo com o tamanho do nosso pé.

Portanto, são projetados para permitir que pessoas das mais diversas estaturas e pesos consigam encontrar uma boa posição para dirigir, que seja segura e confortável.

Muitos até que são bons nisso, pelo menos em alguns casos. O problema é quando pegamos um carro com ajustes limitados, onde a posição de dirigir nunca fica perfeita.

O ideal seria que todos os carros fossem equipados com ajustes de altura e profundidade no volante, bem como regulagens de altura e lombar no banco, sem contar o ajuste de altura do cinto de segurança.

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Caso recente me irritou bastante: o novo Citroën C3 traz cinto de segurança dianteiro fixo e ficou pegando no meu pescoço.

3 - Botões virtuais

Excesso de comandos na multimídia é irritante e perigoso; tanto que montadoras estão voltando a adotar botões físicos
Excesso de comandos na multimídia é irritante e perigoso; tanto que montadoras estão voltando a adotar botões físicos Imagem: Divulgação

Um dos painéis mais bonitos, na minha opinião, é o do Alfa Romeo 164.

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Eu era criança, na época do seu lançamento, e ficava encantado com a quantidade de botões físicos, daqueles de verdade.

Hoje não é diferente, continuo encantado com a beleza desse painel, com uma diferença: agora, entendo a função de cada uma das respectivas teclas.

Porém, hoje os botões estão em baixa nos automóveis modernos: as telas chegaram com força e eliminam cada vez mais os comandos "de verdade".

Pode ser muito legal mostrar para o amigo as inúmeras funções do seu carro, somente passando o dedo pela respectiva tela.

Contudo, fazer isso dirigindo é irritante e perigoso. Não faz nenhum sentido acessar a multimídia para mudar a temperatura do ar condicionado ou o volume do áudio.

Com os botões físicos, por outro lado, conseguimos fazer tudo sem tirar os olhos da estrada.

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4 - Suspensão muito dura

Cadê o conforto? Fabricantes de carros modernos parecem ter se esquecido de como fazer um carro gostoso de guiar
Cadê o conforto? Fabricantes de carros modernos parecem ter se esquecido de como fazer um carro gostoso de guiar Imagem: Getty Images

O que aconteceu com os carros confortáveis?

É lamentável, a quantidade de automóveis modernos equipados com suspensões duras, que "copiam" as irregularidades do piso e as transmitem para os ocupantes.

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Um dos culpados são os pneus, cada vez com perfis mais baixos e recomendação de pressão alta - dois inimigos quando o assunto é a absorção de impactos.

É irritante guiar um carro antigo confortável, depois ir para um mais novo e desejar voltar para o antigo.

Tenho um exemplo disso na minha garagem, um confortável Chevrolet Astra com 21 anos de vida.

É uma delícia guiá-lo pelas ruas esburacadas, valetas e lombadas que existem aos montes na cidade onde eu moro.

Quando estou com outro carro, desses mais novos, basta rodar por alguns metros para minha coluna reclamar da firmeza da suspensão e meu corpo pedir para "voltar ao Astra".

5 - Estepe virado para baixo

Estepe virado para baixo só complica a vida na hora de substituir o pneu furado
Estepe virado para baixo só complica a vida na hora de substituir o pneu furado Imagem: Shutterstock
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Quem aqui se lembra de calibrar o estepe?

Tenho certeza que poucos fazem isso, pois percebo, em muitos carros usados que avalio, o estepe com pouca pressão. Nem é preciso falar da a importância de tê-lo bem calibrado - caso contrário, será inútil no momento em que for precisar do pneu sobressalente.

Tem outro problema: às vezes, você até pode se lembrar de calibrar o estepe, mas basta olhar para ele, preso no assoalho do porta-malas, virado para baixo, para desistir da tarefa.

Não consigo entender o motivo de muitos fabricantes montarem os estepes para baixo. Seria bem mais prático se eles sempre estivessem com a válvula voltada para cima, algo que evitaria que ficassem tanto tempo sem ser calibrados.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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