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OPINIÃO

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Está difícil trocar de carro? Invista no veículo que você já tem na garagem

Segura o velhinho: preços cada vez mais altos de carros novos e usados fazem demanda por oficina mecânica disparar - Gabo Morales/Folhapress -  21-03-2012
Segura o velhinho: preços cada vez mais altos de carros novos e usados fazem demanda por oficina mecânica disparar Imagem: Gabo Morales/Folhapress - 21-03-2012

Colunista do UOL

24/03/2022 04h00

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No último sábado, atendi um amigo que está precisando vender seu carro, um Chevrolet Prisma 2013 - ano do lançamento da segunda geração, quando o compacto deixou de ser o sedã do Celta para ser o sedã do Onix.

Comprado zero-quilômetro por ele, traz carroceria vermelha, cor que cai bem em qualquer carro. Contudo, depois de nove anos e 115 mil quilômetros rodados, o visual já não é dos melhores, o que inclui alguns ralados e outros detalhes.

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Ainda assim, enxerguei no Prisma uma joia que precisa ser lapidada. Ok, comparar esse singelo sedã com uma joia é um tanto exagerado, mas quero que o leitor entenda que o carro é bom. Avaliei o Celta por completo e entendi que ele ainda pode atender muito bem meu amigo e sua família. O maior problema mesmo está na aparência externa e em algumas melhorias mecânicas que precisam ser feitas.

A ideia inicial era vender o carro, que está refinanciado, e usar o que sobrar do valor da venda como entrada de um carro mais novo, para financiar o restante. No fim das contas, ele estaria com um carro mais novo na garagem, certamente mais bonito e moderno, porém com uma dívida maior do que a atual.

Para uma pessoa que está com o orçamento apertado, não me pareceu ser um bom negócio e eu tentei convencê-lo de que o melhor a ser feito seria investir no carro que já tem, terminar de pagar as parcelas restantes para se livrar da dívida e só então repensar a troca por outro automóvel.

Esse tipo de situação hoje é muito comum e têm chegado outros casos parecidos até mim. O brasileiro, em geral, está cada vez mais endividado e com poder de compra menor, enquanto necessidade de locomoção continua existindo. Para muitos, o carro já está inserido na rotina diária e não tem como abrir mão dele. A solução para quem não tem condições de trocar por outro melhor ou mais novo tem sido investir no carro atual, de forma a corrigir eventuais problemas.

Oficinas mecânicas lotadas

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Algo que comprova isso são as oficinas mecânicas lotadas. Todos profissionais da área que eu conheço têm atendido apenas com horário marcado. Dificilmente se resolve algo de imediato.

Quem está sempre atento com as manutenções não deixa acumular para fazer tudo de uma única vez. Mas, se esse for o caso, pode ser que ainda valha a pena o investimento.

Pegando como exemplo os carros nacionais das categorias de entrada, como o próprio Prisma já citado, são veículos com pouca complexidade mecânica e farta oferta de peças no mercado. Mesmo que o proprietário tenha de fazer muita coisa, dificilmente a conta passa de R$ 5 mil - o que, obviamente, é um bom dinheiro, mas que ajuda pouco na troca por outro carro.

Eu sei que nem todo mundo aceita colocar R$ 5 mil em um carro antigo e rodado, pois tem a impressão de que não vai conseguir recuperar esse valor em uma possível revenda. Acabam optando por vender o carro e dar um jeito para comprar outro, mesmo que isso exija se endividar muito mais.

Conforme eu já relatei em outras colunas, manter um carro é mais simples do que se imagina. Alguns têm medo de alta quilometragem, por acharem que o carro vai se desmanchar ou apresentar problemas constantes. Porém, isso é um mito.

O que não é mito é a desonestidade de alguns mecânicos, que se aproveitam da falta de conhecimento da maioria dos motoristas para inventar problemas que o carro não tem e até cobram por algo que não foi feito. É fundamental escolher um bom profissional para não cair nesses golpes.

Considerando tudo isso, as manutenções se tornam mais fáceis e são feitas sempre de maneira preventiva. Tenho certeza de que, para muitas pessoas, essa é a melhor alternativa.

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