Abel merece a paciência da torcida
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Por que tanta fúria contra o técnico Abel, nas arquibancadas e, principalmente, nas chamadas redes sociais? É verdade que o Flamengo ainda não joga um futebol à altura do seu investimento milionário. Também é fato que as duas derrotas sofridas no ano (para o Fluminense, na semifinal da Taça Guanabara, e para o Peñarol, pela Libertadores - ambas no Maracanã) foram inesperadas e, portanto, doloridas.
Nos dois casos, porém, o rubro-negro pôde superá-las. Está na final do combalido Carioquinha (eliminando justamente o Flu) e encontra-se em cômoda situação em seu grupo, na principal competição do continente. Vencendo o fraco San José na próxima quinta-feira, no Maracanã, só um desastre gigantesco o tiraria da próxima fase.
A sensação que fica é que boa parte dos torcedores rubro-negros nunca digeriu bem a contratação do treinador. Parte por seu passado marcante como jogador do Vasco e, posteriormente, treinador do Fluminense; parte pela inesperada e humilhante derrota na final da Copa do Brasil de 2004, para o pequeno Santo André, em pleno Maracanã - em sua primeira passagem como treinador rubro-negro, quando foi, inclusive, campeão carioca. Certo é que, desta vez, ele nunca foi completamente "adotado" pela maior torcida do país que, em sua maior parte, sonhava com a contratação de Renato Gaúcho.
Chamado de retranqueiro e ultrapassado por seus críticos, Abel não é nem uma coisa, nem outra. Seu currículo posterior a 2004 tem títulos estaduais, do Brasileiro, da Libertadores e do Mundial. É, indiscutivelmente, um dos melhores treinadores em atividade no Brasil e só precisa de tempo e tranquilidade para dar a esse Flamengo um padrão de jogo capaz de levá-lo às grandes conquistas que o torcedor e a diretoria esperam.
Seu maior desafio é arrumar uma forma de encaixar no time titular os seus jogadores mais talentosos - algo parecido com o que fizeram, na seleção tricampeã mundial, em 1970, João Saldanha, nas eliminatórias, e Zagallo, na Copa propriamente dita. Em resumo: escalar, juntos Everton Ribeiro, Diego, Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta. Difícil? Sim. Impossível, não.
Ajustar essas peças, contudo, exige tempo e muito treinamento. E, por isso, Abelão ainda não ousa tirar do time um dos volantes - obviamente, teria que ser Wiliam Arão. Aí, quando o Flamengo não joga aquele futebol que a torcida espera, tome corneta contra o treinador. A meu ver, uma precipitação e um erro.
Na Gávea, alguns (poucos) abutres já dizem que Abel pode ser demitido se perder o Estadual para o Vasco. Não acredito nisso. Seria de uma burrice incomensurável dispensar um treinador de seu gabarito em início de trabalho e no meio da Libertadores.
O que Abel precisa é de paz. E dois laterais melhores do que Renê e Pará...
Em primeira mão
Com Gabigol suspenso e Uribe machucado, Abel lançará Arrascaeta como titular, pela esquerda, passando Bruno Henrique para o comando do ataque. Pode ser um primeiro passo para experiências futuras que permitam que o Flamengo junte o que tem de melhor em campo - e não no banco.
Em tempo
O Palmeiras, atual campeão brasileiro e dono de um elenco considerado pela maioria o mais forte do país, também anda capengando. Já perdeu uma na Libertadores e foi eliminado da final do Paulistinha. Faz sentido pensar em demiti-lo? Pois é...
Cedo demais?
O Cruzeiro, de Mano Menezes, é o único time que já vem jogando neste início de temporada um futebol à altura de seu elenco. Isso é bom? Claro. Mas é bom abrir o olho. A temporada está apenas no começo e o risco de virar o fio antes da hora H sempre existe.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.