Bebê chinês nasce com cauda de 10 centímetros; por que isso acontece?

Na China, um bebê nasceu com "cauda" de 10 centímetros. De acordo com o diretor do Hospital Pediátrico de Hangzhou, Li Yuhuao, uma ressonância magnética confirmou que o bebê sofria com a "medula ancorada".

A condição consiste em um problema do sistema nervoso que ocorre quando a medula espinhal fica presa em partes do canal vertebral, o que, em casos raros, pode causar "estiramentos" na base da coluna, como o visto com o bebê de Hangzhou.

O aparecimento de "caudas" em bebês é uma raridade. Em toda a literatura médica mundial só foram publicados cerca de 40 casos do tipo. No Brasil, o primeiro registro foi em 2021.

O bebê brasileiro, por exemplo, nasceu prematuro, de 35 semanas, e com uma cauda de 12 cm, com uma esfera na extremidade, composta por tecido conjuntivo e gordura.

Causas imprecisas

O fato de haver poucos registros dificulta precisar as causas da formação dessas "caudas".

O que se sabe até agora é que a "cauda" é uma persistência da cauda embrionária do feto, que se forma entre a 4ª e 6ª semana de gestação e geralmente desaparece completamente no final da 8ª semana.

Quando não é uma "cauda verdadeira", ela pode estar associada à presença de indicadores da medula espinhal ancorada ou o disrafismo espinhal oculto (duas anomalias graves, que podem surgir em bebês com esse tipo de quadro). "Essas alterações são defeitos neurológicos no desenvolvimento da medula espinhal", explicou ao VivaBem o cirurgião pediátrico Humberto Forte, um dos profissionais que assina a publicação do primeiro caso brasileiro.

Bebê brasileira nasceu com cauda de 6 centímetros
Bebê brasileira nasceu com cauda de 6 centímetros Imagem: Divulgação/Journal of Pediatric Surgery Case Reports
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Segundo o médico, é essencial que o pediatra ou cirurgião pediátrico investigue a presença de disrafismo espinhal oculto em pacientes com suspeita de lesões cutâneas, pois podem ser a única anormalidade visível e o diagnóstico precoce pode prevenir a evolução para alterações neurológicas graves.

*Com informações de reportagem publicada em 06/11/2021 e 20/02/23.

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