Preciso perder peso para conseguir engravidar?
De certa forma, sim. Isso porque, quanto mais próximo do peso ideal, a gestação tende a ser mais saudável.
O controle do peso faz parte do preparo para engravidar, mesmo que ainda não exista um consenso na medicina que aponte que a obesidade pode causar infertilidade.
O que se sabe, por enquanto, é que um dos efeitos da obesidade nas mulheres é um potencial desequilíbrio no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que pode causar disfunções ovulatórias. Além disso, mulheres obesas têm níveis circulantes maiores de insulina, com estímulo da produção de andrógenos.
Esses andrógenos são convertidos a estrógenos, principalmente no tecido adiposo, o que leva a um desequilíbrio associado aos ciclos menstruais, que podem ficar "bagunçados". Nesses casos, mulheres obesas e que desejam iniciar suas tentativas de engravidar devem ficar atentas e, sim, buscar hábitos de vida mais saudáveis, dieta equilibrada, exercícios físicos e, consequentemente, perda de peso.
Vale saber, aliás, que o emagrecimento não vai trazer totalmente a certeza de engravidar. Afinal, a infertilidade pode ser causada por diversos fatores, como a anatomia do corpo, hormônios, imunologia etc.
O fato é que a perda de peso melhora a infertilidade induzida por alguns dos problemas hormonais, mas não teria nenhum efeito em uma mulher que fosse infértil por causa de uma obstrução tubária, por exemplo, ou outros fatores.
Por outro lado, existem algumas dicas que você pode seguir no dia a dia a fim de ajudar na melhora da fertilidade. São esses:
Sono e alimentação saudáveis;
Exercícios físicos moderados;
Redução dos níveis de estresse;
Visitas regulares ao ginecologista;
Tratamento precoce das inflamações genitais.
Se uma mulher, obesa ou não, não consegue sua gravidez tendo relações desprotegidas após um ano (e tiver menos de 35 anos), deve procurar ajuda especializada.
Fontes: Marcelo Marinho de Souza, diretor médico da Fertipraxis - Centro de Reprodução Humana, no Rio de Janeiro; Moacir Mariz, chefe do serviço de Obstetrícia do HGF (Hospital Geral de Fortaleza); Mychelle de Medeiros Garcia Torree, médica ginecologista especialista em reprodução humana assistida da MEJC-UFRN (Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), vinculado a Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
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