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Bebê 'gigante' nasce com 5 kg; por que isso acontece? Há riscos à saúde?

Aditya Romansa/Unsplash
Imagem: Aditya Romansa/Unsplash

De VivaBem*, em São Paulo

14/07/2022 18h57

O nascimento de um bebê, nesta quarta-feira (12), chamou a atenção em um hospital de Suzano (SP). Isso porque Pedro Miguel, o "super bebê", nasceu com 5,1 kg e 56 centímetros, sendo considerado um recém-nascido "gigante".

"Foi uma surpresa tanto para nós, como pais, como para o hospital inteiro. Ninguém imaginou que ele ia nascer tão grande", disse a mãe Amanda de Oliveira Prado, de 24 anos, ao site G1.

Esses bebês "gigantes", ou macrossômicos, termo mais correto utilizado pelos médicos, sempre chamam atenção (principalmente por serem mais "gordinhos"). De acordo com os especialistas, o recém-nascido deve ter mais de 4 kg para ser considerado grande.

Uma outra métrica utilizada pelos médicos é o percentil do feto, que é uma curva calculada a partir do tempo da semana gestacional em relação ao peso do bebê. A partir disso, os recém-nascidos são divididos em pequenos (percentil 10), "normais" (percentil 50) e grandes (percentil 90) —a tabela pode variar, chegando a 95 ou 97.

Por que alguns bebês são 'gigantes'?

Os motivos para isso são os mais diversos, entre eles a genética —pais muito altos, como jogadores de basquete—, obesidade materna e o ganho excessivo de peso na gestação, com alto consumo calórico.

Mas de acordo com a ginecologista e obstetra Carla Muniz, da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), a causa mais comum é diabetes gestacional.

"A mãe consome muito açúcar e envia para o feto, que vai responder a este aumento de glicose com um aumento de insulina (hormônio responsável por controlar o nível de açúcar do sangue). Essa hiperinsulinemia pode levar ao crescimento exagerado do feto", explica a médica.

Uma outra situação é caso a gestante tenha diabetes tipo 2 que funciona basicamente da mesma forma citada acima. A diferença é que essa pessoa já vai ter o diagnóstico prévio da doença.

Patrícia, por exemplo, não teve diabetes e nem obesidade, além de não ter estatura alta (1,65 metro), mas ganhou bastante peso na primeira gestação. Foram 13,5 kg a mais.

Há risco para o bebê ou para quem está gestando?

Embora não exista uma regra, bebês macrossômicos podem, sim, trazer mais riscos à saúde da gestante e também à deles, segundo a obstetra da Sogesp.

"Na mãe, há maior risco de [parto] cesárea pela proporção entre o feto e bacia. A mãe tem mais risco de ter atonia uterina, quando o útero fica muito grande e tem maior dificuldade para contrair. Se ele não contrai, há mais probabilidade de ela ter uma hemorragia", diz Muniz.

Para o recém-nascido, os riscos são de hipoglicemia, que é a queda de glicose no sangue, já que a fonte da substância era, dentro da barriga, da mãe. De acordo com a médica, há também os riscos de imaturidade pulmonar, pois o excesso de açúcar causa impacto no desenvolvimento do órgão, hipocalcemia, falta de cálcio no sangue, e policitemia, aumento dos glóbulos vermelhos no sangue.

Na hora do parto, há situações que devem ser avaliadas antes. "Bebês grandes podem ser desproporcionais em relação à bacia da mãe e o trabalho de parto pode não ser favorecido. Isso pode causar fratura de clavícula no recém-nascido e outras complicações no parto. Mas isso não é regra e precisa ser avaliado", diz a pediatra. Por isso, é tão importante fazer pré-natal, que é a chave para garantir saúde para o bebê e para quem está gestando.

* Com informações de reportagem publicada em 25/05/2022.