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Toda vez que vejo sangue, minha pressão baixa ou vomito; por que será?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

15/06/2021 04h00

Resumo da notícia

  • Para quem tem hematofobia, o sangue está relacionado a algo errado no organismo, o que gera pânico e ansiedade
  • As causas para este problema ainda não foram totalmente comprovadas, mas pode estar ligado a episódios de sofrimentos vividos no passado
  • Se a fobia estiver trazendo consequências ruins e constantes, o melhor a se fazer é buscar a ajuda de um psicólogo

Para algumas pessoas, o sangue é uma demonstração de que algo errado está acontecendo com o corpo, o que gera pânico e ansiedade. Estas sensações são demonstradas por meio de sintomas como oscilação na pressão sanguínea, taquicardia, tremor, desmaio, enjoo, dor de cabeça, calafrios, falta de ar, sensação de boca seca, transpiração excessiva, entre outros.

O medo naturalmente é um mecanismo de proteção, mas quando é persistente, desproporcional e irracional, passa a ser considerado uma fobia. No caso do sangue, é a chamada hematofobia.

As causas para este problema ainda não estão totalmente comprovadas cientificamente. Porém, alguns estudos indicam que o surgimento da hematofobia pode estar ligado a episódios de sofrimentos vividos no passado (na infância ou mais recentes), e que tinham a presença de sangue ou algo relacionado, como ferimentos, fraturas etc.

É importante saber que as fobias trazem pensamentos distorcidos, o que faz com que a pessoa evite lidar com o medo e, claro, não enfrente e supere a situação. Por isso, caso o problema esteja atrapalhando a sua vida a ponto de trazer consequências ruins, o ideal é procurar um psicólogo. Será durante as sessões de psicoterapia que o especialista mostrará mecanismos que ajudarão a manejar estes sentimentos exacerbados relacionados ao sangue.

O tratamento, geralmente, é feito com a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental). Se for necessário, o especialista poderá indicar a consulta com um psiquiatra para que ocorra a prescrição de algum tipo de medicamento.

Em paralelo, enquanto aguarda a consulta com o psicólogo, se você se deparar com uma situação que tenha sangue, tentese acalmar, respirar fundo e devagar. Vale lembrar que estas dicas são paliativas, e que o melhor tratamento será indicado pelo profissional da saúde.

Fontes: Ana Suzana Delgado, mestre em ciências médicas e neuropsicóloga no Hemonorte (Hemocentro do Rio Grande do Norte); Eduardo Perin, psiquiatra especialista em TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) pelo ambulatório de ansiedade do HC FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Gabriela Malzyner, psicóloga, psicanalista e professora de psicanálise no CEP/SP (Centro de Estudos Psicanalíticos de São Paulo); João Ilo, professor do departamento de psicologia da UFC (Universidade Federal do Ceará); Yuri Busin, psicólogo e diretor do Casme (Centro de Atenção à Saúde Mental - Equilíbrio).

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