Topo

Figo controla diabetes e combate envelhecimento da pele; veja 8 benefícios

iStock
Imagem: iStock

Fabiana Gonçalves

Colaboração para o VivaBem

16/03/2021 04h00

Resumo da notícia

  • O figo é uma fruta de baixas calorias, baixo índice glicêmico e bom poder de saciedade
  • As fibras presentes na fruta liberam a glicose mais lentamente na corrente sanguínea, por isso o figo é indicado para quem tem diabetes
  • Seu poder antioxidante ajuda a combater os radicais livres, protegendo o coração e prevenindo alguns tipos de câncer

O figo é uma fruta tão antiga que foi descrita na bíblia sagrada, quando dizia que Adão se vestiu de folhas da figueira, ao perceber que estava nu. Isso leva a crer que o figo comestível (Ficus carica) era cultivado em todas as civilizações do Mediterrâneo desde a Antiguidade, incluindo os povos egípcio, judeu, grego e romano. A grande vantagem de se consumir o fruto desde aquela época é que ele poderia ser ingerido tanto in natura como seco, ou seja, mesmo sendo guardado durante meses, era fácil de conservar e mantinha o seu poder nutritivo.

Existem mais de 750 tipos de figo, que podem ser encontrados em vários tamanhos, formas e cores. No entanto, os mais comuns são os figos pretos, vermelhos, roxos, verdes e amarelos, com formato semelhante ao da pera.

Como o fruto se adapta a diferentes climas, ele é plantado em vários países. Chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses no século XVI, sendo que o grande destaque de cultivo do fruto in natura vem de Valinhos, no interior de São Paulo. E o Sul do Brasil se destaca pelo cultivo do figo verde que vai para a indústria, na fabricação de compotas e geleias.

Aliás, aqui no Brasil o consumo do figo se dá em grande parte por essa versão industrializada e também na versão seca e desidratada. No entanto, é a fruta in natura que mais se beneficia de nutrientes. Entre as suas principais características, destaca-se seu poder antioxidante, por meio dos flavonoides, como a quercetina e a catequina, e também dos ácidos fenólicos, como o ácido gálico. Mas não é só isso, o figo ainda é fonte de vitaminas A, B1, B2, K, E, além dos minerais cálcio, ferro, fósforo e potássio.

E não é difícil incluir o alimento na dieta, já que a safra dele vai de janeiro a abril, sendo facilmente encontrado em feiras, supermercados e sacolões por um preço muito mais acessível.

Confira a seguir todos os benefícios encontrados na fruta:

1. Previne e controla o diabetes

O figo é uma fruta de baixo índice glicêmico, o que significa que seu açúcar é liberado aos poucos na corrente sanguínea, ajudando no equilíbrio da insulina. Além disso, a fruta é fonte de fibras solúveis, que reduzem o índice glicêmico de outros alimentos ingeridos na mesma refeição. Isso sem contar que a presença de antioxidantes no alimento atua tanto na prevenção do desenvolvimento de diabetes, como na dieta de quem tem a doença, por auxiliar no controle da glicose sanguínea.

Brusqueta de queijo de cabra com figo fresco e erva-doce, receita do chef Pablo Oazen (MasterChef) - Wanderson Monteiro/UOL - Wanderson Monteiro/UOL
Devido à quantidade de fibras, o figo garante saciedade
Imagem: Wanderson Monteiro/UOL

2. Ajuda no emagrecimento

Por ser uma fruta de poucas calorias —cerca de 70 kcal em 100 gramas —, baixo índice glicêmico e fonte de compostos bioativos (com atividades antioxidantes e anti-inflamatórias) na polpa e na casca, é uma ótima opção tanto como sobremesa como nos lanches intermediários. Isso porque as fibras presentes no alimento garantem saciedade por mais tempo e evitam o desejo por alimentos muito calóricos.

3. Protege o coração

A inclusão de figo na dieta pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares por causa da presença de fibras solúveis. Elas reduzem a absorção de gorduras e ajudam a varrer o LDL (colesterol "ruim") da corrente sanguínea.

4. Controla a pressão arterial

A fruta tem ação diurética, graças à alta concentração de potássio e à baixa concentração de sódio, que auxilia no controle dos níveis de pressão arterial.

5. Ajuda a reduzir risco de câncer

O alto nível de antioxidantes do tipo flavonoide luteolina tem ação anti-inflamatória, ou seja, ajuda a combater os radicais livres, sendo capaz de prevenir tumores. A presença de fibras solúveis também traz impactos positivos na microbiota, reduzindo o risco de câncer de intestino e auxiliando no tratamento de câncer da pele. Lembrando que quanto mais roxa for a fruta, maior a concentração desses antioxidantes.

6. Auxilia na constipação intestinal

As sementinhas da polpa têm ação diurética e laxante, que auxiliam no bom funcionamento do intestino e eliminam as toxinas do organismo. Mas vale ressaltar que a adequada ingestão de água também é muito importante.

Figo, figos - Letícia Moreira/Folhapress - Letícia Moreira/Folhapress
O ideal é consumir a versão in natura, e não em calda
Imagem: Letícia Moreira/Folhapress

7. Previne o envelhecimento precoce da pele

O figo é rico em nutrientes importantes, como as vitaminas C e as do complexo B, além de minerais essenciais para a manutenção da saúde da pele. A fruta também tem carotenoides e polifenois com efeitos protetores contra o envelhecimento precoce.

8. Mantém a saúde óssea

A vitamina K atua no metabolismo da osteocalcina, importante componente ósseo que colabora na prevenção de fraturas.

Como consumir

Como já comentado, dê preferência à fruta in natura. As versões em calda ou glaceadas têm grande quantidade de açúcar, o que as categorizam como doces ou guloseimas, e devem ser consumidas com muita moderação. Esses tipos devem ser evitados por obesos, diabéticos e quem tem síndrome metabólica.

A versão desidratada, sem açúcar, tem sua concentração calórica (249 kcal/100 g) e seu índice glicêmico (61), aumentados pelo processo de desidratação. Ainda assim pode ser incluída em um hábito alimentar saudável, tendo como vantagens a facilidade de armazenamento e transporte.

Fontes: Giovanna Oliveira, nutricionista pela Universidade São Judas Tadeu, pós-graduada em nutrição esportiva funcional pela VP Consultoria e membro do IBNF (Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional); Lorrayne Diniz, nutricionista pela PUC Goiás (Pontifícia Universidade Católica de Goiás), pós-graduanda em genômica nutricional e microbiota intestinal pelo RTG Especialização, em Goiânia (GO); Marcella Garcez, médica nutróloga, mestre em ciências da saúde pela Escola de Medicina da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), docente do Curso Nacional de Nutrologia da Abran e pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.