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Atividade cerebral durante estresse prevê piora de doenças do coração

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

10/08/2020 19h04

Um estudo publicado no periódico American Heart Association Journal mostrou que a atividade cerebral durante momentos de estresse tem uma correlação direta com a dor no peito de pessoas com doença arterial coronária.

Angina pectoris é uma dor ou desconforto causado no peito por causa do fluxo sanguíneo inadequado para o coração. Na pesquisa, os cientistas mediram como a atividade do lobo frontal inferior do cérebro — área associada à regulação emocional e estresse — afeta na gravidade da angina.

"Nosso estudo buscou compreender o grau em que os profissionais de saúde devem incorporar estresse e outros fatores psicológicos e tratar esse desconforto", ressaltou Amit J. Shah, um dos autores da pesquisa.

Como o estudo foi feito

Durante a análise clínica, 148 pacientes que tinham doença arterial fora submetidos a testes de estresse mental em um ambiente clínico, no qual tiveram as imagens do cérebro e imagens cardíacas analisadas.

Desses, 69% eram homens e 31% mulheres e ambos tinham em média 62 anos de idade.

Os voluntários fizeram três tipos de testes: um que consistia em provocar estresse mental e gerar imagens do cérebro; um outro de estresse mental e com imagens do coração e o último, que envolvia o desenvolvimento de estresse químico e imagens do coração.

Durante todo o teste clínico, os médicos monitoraram os participantes quanto à dor no peito. Além disso, eles também tiveram que responder questionários sobre o nível do incômodo, que foram avaliados dois anos após o procedimento.

Ao analisar os resultados, os cientistas puderam ver que os voluntários que relataram ter sintomas de incômodo mensal, semanal e diário tiveram maior atividade no lobo frontal em resposta ao estresse.

De acordo com os pesquisadores, houve também uma associação significativa entre a ativação do lobo frontal inferior durante o estresse e o grau de mudança do desconforto no peito no acompanhamento de dois anos, sugerindo que mudanças relacionadas ao cérebro podem prever a piora da dor no peito.

"Os três principais fatores que explicam a frequência da angina estavam todos relacionados ao estresse, incluindo ativação do cérebro, sintomas depressivos e sintomas de estresse pós-traumático. Isso é surpreendente porque quando tratamos a angina em ambientes clínicos, normalmente não consideramos o estresse como um fator subjacente, e sim nos concentramos no fluxo sanguíneo no coração", finalizou Shah.