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Saúde

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Coronavírus: diabéticos devem estar atentos ao nível de glicose no sangue

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Imagem: iStock

Tiago Varella

Da Agência Einstein

25/04/2020 10h05

Desde que surgiu o surto do novo coronavírus (Sars-CoV-2), especialistas da área médica vêm aconselhando a população para redobrar a atenção com a saúde com o objetivo de minimizar os sintomas da covid-19 em caso de contaminação.

Essa orientação vale principalmente para os chamados grupos de riscos, que incluem as pessoas com diabetes. O nível elevado de glicose no sangue pode agravar a evolução dos infectados.

"Antes de tudo, é muito importante deixar claro que ter diabetes e ser contaminado não é uma sentença de morte", explica o endocrinologista Carlos Eduard Barra Couri, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, campus de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

"Mas deve haver um melhor controle dessa doença crônica. Se o nível de açúcar na corrente sanguínea estiver controlado, o risco de complicações pela covid-19 é reduzido."

Historicamente, a diabetes está associada a infecções. Isso ocorre porque o aumento da concentração da glicose no organismo amplifica o processo inflamatório, afetando o sistema imunológico.

As células de defesa têm sua ação prejudicada e o organismo fica mais vulnerável ao ataque de agentes infecciosos como vírus, bactérias e outros microrganismos nocivos à saúde.

Para evitar a elevação do açúcar no sangue e um prognóstico ruim para a covid-19, Carlos Eduardo recomenda manter uma alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos em casa, vacinação contra a gripe e estar sempre atento à variação do nível de glicose no organismo.

"Os diabéticos devem medir mais frequentemente a taxa do açúcar por dia e não abandonar o tratamento, deixando de tomar os medicamentos. É imprescindível ter um acompanhamento médico para fazer algum ajuste no tratamento, caso seja necessário. E para evitar riscos de contaminação pelo novo coronavírus, essas consultas podem ser realizadas com segurança por telemedicina", esclarece o especialista.

O endocrinologista reforça ainda que não há estudos que comprovem se os efeitos da covid-19 são mais graves em pessoas com diabetes do tipo 1 (congênita) ou do tipo 2 (associada ao estilo de vida) que tomam insulina ou outro tipo de medicamento oral. Por isso, o médico reitera que todas as pessoas diagnosticadas com diabetes devem tomar os cuidados necessários.