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Carne de porco não é tão gordurosa quanto se acredita: conheça seus cortes

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Imagem: iStock

Thais Szegö

Colaboração para o VivaBem

08/04/2020 04h00

Muita gente ainda olha torto para a carne de porco por achar que ela não é saudável. É o seu caso? Então definitivamente está na hora de rever os seus conceitos. Uma das acusações que pesa sobre a carne suína é que ela é muito gordurosa. Pode acreditar: isso não é verdade, especialmente nos dias atuais.

Isso porque, a dieta desses animais está bem mais balanceada do que antigamente e eles passaram por alterações genéticas que fizeram com que ficassem muito mais magros, perdendo 31% de gordura, 14% de calorias e 10% de colesterol, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Seu corte mais magro, o lombo, é equivalente ao filé mignon bovino nesses quesitos e fica abaixo da sobrecoxa de frango, por exemplo. Enquanto 100 g do lombo assado têm 210 kcal, 6,4 g de gordura e 103 mg de colesterol, a mesma quantidade de filé mignon bovino grelhado apresenta 220 kcal, 8,8 g de gordura e 103 mg de colesterol. Já a mesma porção de sobrecoxa de frango assada com pele têm 260 kcal, 15,2 g de gordura e 158 mg de colesterol.

Outro ponto importante no que se refere à carne suína é que ela conta com uma quantidade bem grande de proteína de alto valor biológico, ou seja, que contêm todos os aminoácidos essenciais e em quantidades ideais para atender às necessidades do organismo.

Como se tudo isso não fosse o suficiente para garantir a redenção desse alimento, ele ainda é abundante em nutrientes importantes para o organismo. Os destaques são as vitaminas do complexo B, especialmente importantes para as atividades cerebrais, e, entre os minerais, o ferro, essencial para o transporte do oxigênio pelo sangue e para evitar anemia, o potássio, que regula a pressão sanguínea, e o zinco, fortalecedor das defesas do corpo.

Saiba mais sobre alguns cortes de porco:

1. Lombo

Corresponde ao contrafilé de boi e é um dos cortes suínos com menos gordura (apenas 6,4 g em 100 g de da peça assada), pode ser feito assado ou grelhado. Também é o corte menos calórico da lista, com apenas 210 kcal nessa mesma porção. A ausência de gordura, no entanto, pode dificultar sua suculência.

2. Pernil

Esse corte inclui a alcatra, a picanha, o lagarto e a maminha. Pode ser preparado inteiro, em bifes ou cubos. É o segundo menos calórico, apresentando 262 kcal em uma peça de 100 g assada. Mas é um pouco mais gorduroso, com 13,9 g na mesma porção.

3. Bisteca

Esse corte também é conhecido como carré e é bastante utilizado pelos brasileiros. Tem uma quantidade um pouco maior de gordura (17,4 g em 100 g da versão grelhada) que contribui para a sua suculência, mas na hora do cozimento pode ficar ressecado, perdendo sua textura. Os mesmos 100 g possuem 280 kcal e 82 mg de colesterol.

4. Costela

É o corte mais gorduroso e calórico da lista, por isso deve ser consumido com menos regularidade -uma peça de 100 g assada possui 402 kcal e 30,3 g de gordura. Costuma ser preparada com marinadas ou temperos secos e vai muito bem assada ou no churrasco.

Cuidados na hora da compra e do preparo

Escolha as peças com tons rosados e fique atento à higiene e limpeza do local de venda, à integridade da embalagem, data de validade e aroma do alimento. A carne suína é bem versátil e combina com diversos tipos de receitas. Além de poder ser usada como prato principal, ela pode servir como recheio de sanduíches e tortas, por exemplo. Mas não adianta nada optar por um corte magro e fazê-lo em imersão de óleo, né? O ideal é apostar na carne grelhada, assada ou cozida.

Fontes: Sérgio Bertelli Pflanzer, professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp; Daniela Jobst, nutricionista de São Paulo, pós-graduada em nutrição clínica funcional e nutriendocrinologia funcional e prevenção de doenças do envelhecimento; Marcella Garcez, médica nutróloga, mestre em ciências da saúde, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN; e Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), da Unicamp.