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Dá para pegar coronavírus pelas lágrimas? Quais outros fluidos preocupam?

Novo estudo descarta contágio do novo coronavírus por meio de lágrimas - iStock
Novo estudo descarta contágio do novo coronavírus por meio de lágrimas Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

29/03/2020 15h29

Um estudo publicado no periódico Ophthalmology afirma que é improvável que as pessoas sejam contaminadas pelo novo coronavírus por meio de lágrimas. Os pesquisadores analisaram a secreção dos olhos dos pacientes a partir do momento em que eles demonstram sintomas da doença.

Os resultados foram publicados após relatos de que a covid-19 poderia provocar conjuntivite em alguns pacientes. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que cerca de 1% dos pacientes desenvolvam inchaço nos olhos em decorrência da infecção.

O estudo foi feito com uma amostra pequena de pacientes, que tiveram as lágrimas analisadas pelos pesquisadores. A constatação é de que as elas estavam livres de vírus, mesmo nas pessoas doentes há duas semanas. O volume maior de vírus foi encontrado na mucosa nasal e na garganta.

No entanto, os pesquisadores afirmam que é preciso tomar cuidado com os olhos, pois eles podem ser uma porta de entrada no corpo para o vírus. Isso aconteceria ao encostar as mãos contaminadas no rosto, por exemplo.

Quais outros fluidos preocupam?

A principal forma de contágio do novo coronavírus é por meio das secreções respiratórias — ou seja, ao tossir ou espirrar, por exemplo, a pessoa contaminada joga no ar gotículas de saliva ou catarro carregadas de vírus. Essas gotículas podem cair em superfícies ou, se estivermos fisicamente próximos, até serem aspiradas.

Mas, além dessa secreção, existem outras no corpo humano que podem conter uma carga viral capaz de contaminar outro ser humano. É o caso das fezes, considerada uma forma secundária de transmissão do novo coronavírus.

Isso foi constatado por um estudo estudo, publicado em fevereiro pelo periódico JAMA, que encontrou traços do patógeno no cocô de alguns pacientes chineses. A análise diz, ainda, que esses pacientes tiveram diarreia e náusea um ou dois dias antes de terem febre e dificuldade respiratória.

De acordo com a infectologista Raquel Muarrek, da Rede D'Or, esse tipo de transmissão faria sentido. "Já sabemos que o vírus 'anda' pelo trato intestinal também, o que faz com que seja possível que ele seja eliminado pelas fezes", explica.

Já o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA afirma que, embora o vírus tenha sido encontrado no cocô e até no sangue de pacientes infectados, os dados são limitados e ainda não está claro se seria possível uma contaminação por esses meios.

Ainda de acordo com o órgão, não é possível afirmar com certeza se outros fluidos como vômito, urina, leite materno ou sêmen representam uma forma de contágio do vírus. Por enquanto, a principal forma segue sendo por meio das secreções respiratórias.