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Chá de hibisco ajuda a emagrecer e melhora a saúde; conheça os benefícios

Chá de hibisco possui antioxidantes e propriedades interessantes para a saúde - iStock
Chá de hibisco possui antioxidantes e propriedades interessantes para a saúde Imagem: iStock

Samantha Cerquetani

Colaboração para UOL VivaBem

19/01/2019 04h00

As flores de hibisco se destacam pelo aroma agradável e por dar origem ao chá queridinho de quem quer levar um estilo de vida saudável. Para preparar o chá de hibisco a infusão é feita a partir do botão seco da Hibiscus sabdariffa (nome científico da planta, que também é conhecida como vinagreira).

Os benefícios do chá de hibisco são muitos e a bebida tem sido utilizada como ingrediente medicinal durante séculos. E estudos recentes também comprovam que tanto o chá quanto o extrato da planta de hibisco são grandes aliados na hora de prevenir doenças.

O chá de hibisco ajuda a perder peso, mas, devido às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, a bebida é indicada também para aquelas pessoas que não abrem mão do bem-estar e de qualidade de vida.

O chá de hibisco não contém calorias e pode ser servido quente ou gelado. Confira, a seguir, para que serve o chá de hibisco, seus benefícios e muito mais!

1. Chá de hibisco diminui a pressão arterial

A pressão alta geralmente acontece quando os vasos em que o sangue circula se contraem. Essa situação pode causar problemas cardíacos como infartos ou acidente vascular cerebral (AVC). No Brasil, estima-se que existam cerca de 30 milhões de hipertensos, de acordo com o Ministério da Saúde.

A boa notícia é que vários estudos já comprovaram que o chá de hibisco reduz a pressão arterial. Isso ocorre devido as antocianinas encontradas no hibisco, que são responsáveis pelos efeitos anti-hipertensivos. O teor elevado desses compostos no alimento, além da presença de ácidos orgânicos, vitaminas e minerais, ajuda a prevenir o estresse oxidativo das células, ajudando no controle das doenças cardiovasculares.

Uma pesquisa divulgada no The Journal of Nutrition estudou 65 pessoas com hipertensão que tomaram chá de hibisco ou placebo por seis semanas. Aqueles que consumiram a bebida tiveram uma diminuição significativa na pressão arterial.

2. Chá de hibisco ajuda a perder peso?

chá de hibisco - iStock - iStock
Um dos benefícios do chá de hibisco é que ele ajuda no controle do peso
Imagem: iStock

Um dos benefícios do chá de hibisco mais conhecido é contribuir para o emagrecimento. Algumas pesquisa indicam que o chá foi capaz de reduzir a criação de células de gordura, ou seja, evita o acúmulo de gordura no corpo. Dentre as substâncias antioxidantes presentes no chá estão os flavonoides e antocianinas, que contribuem para evitar esse problema.

Ao diminuir este processo, o chá de hibisco contribui para que menos gordura fique acumulada na região do abdômen e nos quadris. O hibisco também bloqueia a produção de amilase, uma enzima que transforma o amido em açúcar. Lembrando que para que o chá de hibisco seja efetivo na redução de peso é importante vincular o consumo a um plano alimentar equilibrado, além da prática frequente de atividade física.

3. Controla o colesterol

Consumir regularmente o chá de hibisco reduz os níveis de colesterol no sangue e os triglicerídeos em pessoas com diabetes e síndrome metabólica (conjunto de doenças relacionadas a obesidade e aumento da pressão, colesterol e glicemia).

O Journal of Traditional and Complementary Medicine divulgou um estudo que avaliou 60 pessoas com diabetes que consumiram o chá de hibisco ou chá preto. Foi comprovado que aqueles que ingeriram o chá de hibisco tiveram um aumento do colesterol "bom" (HDL) e diminuição do colesterol "ruim" e triglicérides.

Já no caso de pessoas com a síndrome metabólica, uma pesquisa da Universidade de Guadalajara (México) comprovou que quem ingeriu 100 mg de extrato de hibisco diariamente teve uma diminuição do colesterol total e um aumento do colesterol "bom".

4. Melhora a saúde do fígado

Alguns estudos realizados em humanos e animais mostram que o consumo do chá de hibisco melhora a saúde do fígado, pois aumenta as enzimas desintoxicantes e reduz os danos ao órgão. De acordo com uma pesquisa divulgada no The Journal of Functional Foods, tomar o extrato de hibisco por 12 semanas melhorou a esteatose hepática em 19 pessoas com sobrepeso. O problema de saúde ocorre quando há gordura em excesso no fígado e causa a insuficiência hepática —quando o órgão deixa de realizar suas funções como a desintoxicação do organismo.

5. Evita a retenção de líquido

O corpo humano pode reter água em excesso, causando inchaços que incomodam bastante. O chá de hibisco é rico em quercetina, substância que possui ação diurética, ou seja, aumenta a produção da urina ao longo do dia. Seu consumo, elimina assim, uma maior quantidade de toxinas e de água retida pelo corpo.

Benefícios do chá de hibisco em estudo

- Previne envelhecimento precoce: o chá de hibisco é rico em antioxidantes. Por isso, ajuda a prevenir doenças causadas pelo acúmulo de radicais livres, que causam danos às células e acarreta envelhecimento precoce. Um estudo da Universidade de Ilorin (Nigéria) realizou uma pesquisa com ratos e comprovou que o extrato de hibisco aumentou o número de enzimas antioxidantes e reduziu os efeitos nocivos dos radicais livres em até 92%. Mas ainda são necessários estudos para comprovar se o chá de hibisco proporciona esse benefício em humanos.

- Afasta o risco de câncer: mais uma vez os antioxidantes, principalmente as antocianinas podem diminuir o risco de câncer. Muitos estudos realizados em tubos de ensaio apontam que a inclusão de alimentos antioxidantes contribui para a prevenção de muitas doenças, incluindo o câncer. Uma pesquisa divulgada na Nutrition Cancer mostrou que o extrato de hibisco prejudicou o crescimento celular e reduziu as chances de câncer de boca e de mieloma múltiplo (câncer raro de sangue). Além disso, um estudo realizado também em tubos de ensaio divulgou que o alimento inibe as células cancerígenas do estômago em até 52%.

Riscos e contraindicações

Flor de hibisco - iStock - iStock
Deve-se evitar o consumo do chá de hibisco durante a noite para que não ocorra queda na qualidade do sono
Imagem: iStock

O chá de hibisco reduz os níveis de estrogênio no organismo, por isso, não é indicado para pessoas que fazem terapia de reposição hormonal (TRH) ou tomam pílulas anticoncepcionais. Além disso, ele também altera a fertilidade, pois inibe a ovulação temporariamente.
Não é recomendado o uso durante a gestação ou para lactantes, uma vez que há alteração no equilíbrio hormonal e o chá de hibisco atua sobre a musculatura do útero, podendo levar a um aborto e há também o risco de mutações genéticas.

Deve-se evitar o consumo do chá de hibisco durante à noite, para que não ocorra queda na qualidade do sono. Por ter ação diurética, o chá de hibisco causa eliminação contínua de potássio e outros eletrólitos, não se tornando recomendável para pessoas com doenças cardíacas grave, que necessitam de níveis adequados desse mineral. O consumo excessivo de chá causa efeitos indesejáveis como dor de cabeça, náuseas, hipotensão, câimbras e problemas relacionados ao fígado.

Assim como acontece com outros chás de ervas, o de hibisco pode interferir na eficácia de alguns medicamentos, principalmente anti-hipertensivos e o paracetamol. Sendo assim, antes de consumir o chá de hibisco, é importante consultar um médico.

Como consumir o chá de hibisco?

chá de hibisco - Shutterstock - Shutterstock
A infusão é a melhor forma de preparar o chá de hibisco
Imagem: Shutterstock

A recomendação dos especialistas é consumir de uma a duas xícaras de 200 ml de chá de hibisco por dia. A melhor forma de preparo é a infusão. Coloque uma colher de sopa da planta seca em 1 litro de água quente e deixe repousar entre 5 a 10 minutos e depois coe. Mantenha, de preferência, em um recipiente de vidro ou cerâmica.

Se preferir gelado, conserve na geladeira por no máximo 6h. Porém, o ideal é sempre tomar logo após o preparo, para não perder suas propriedades.

O chá de hibisco não deve ser adoçado com açúcar ou com adoçantes artificiais.

Fontes: Marisa Diniz Graça, nutricionista do Hospital Leforte; Marisa Resende Coutinho, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo; e Thalita Fialho, professora de Nutrição da FMP/Fase (RJ).