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BioNTech diz ser "bastante provável" que vacina responda à nova mutação

Getty Images
Imagem: Getty Images

22/12/2020 14h09

Berlim, 22 dez (EFE).- A empresa alemã BioNTech está "muito confiante" que sua vacina contra a covid-19, desenvolvida em conjunto com a Pfizer e cuja comercialização foi autorizada na segunda-feira pela Agência Europeia de Medicamentos, também é eficaz contra a variante do coronavírus detectada no Reino Unido.

"Como cientista, você nunca é otimista, mas pensa nas probabilidades e a probabilidade de que nossa vacina também seja eficaz contra essa nova mutação", disse o co-fundador da BioNtech, Ugur Sahin, durante entrevista coletiva.

Ele enfatizou que durante os últimos meses de desenvolvimento da vacina, sempre que uma mutação "realmente importante" aparecia, eles observavam como a vacina reagia e podiam determinar que ela era de fato capaz de combater "uma série de variantes diferentes do vírus".

De acordo com Sahin, existem muitas mutações, mas também existem muitas proteínas no vírus que não variam.

A nova mutação detectada no Reino Unido difere das anteriores por não ser uma mutação única, mas é composta por um total de nove, afirmou.

"No momento não sabemos exatamente se nossa vacina é realmente capaz de proteger também contra essas novas variantes", reconheceu, embora reiterasse que do ponto de vista científico é "muito provável".

Ele acrescentou que em cerca de duas semanas eles terão os dados a esse respeito.

Redesenhar a vacina seria tecnicamente possível em seis semanas

Independentemente dos resultados, Sahin destacou que "a beleza da tecnologia do mRNA" em que sua vacina se baseia é que ela realmente permite que uma vacina seja "redesenhada" muito rapidamente, o que significa que "tecnicamente, uma nova vacina poderia ser desenvolvida em cerca de seis semanas".

Ele lembrou, no entanto, que não se trata apenas de uma questão técnica, já que o processo também inclui autorização posterior pelos órgãos competentes.

Por outro lado, Sahin alertou que "o vírus continuará conosco nos próximos dez anos" e que devemos assumir que "haverá infecções e pequenos surtos uma vez ou outra".

Neste inverno europeu, com o início da vacinação contra a covid-19, não haverá impacto no número de novas infecções, "mas devemos ter um impacto e garantir que no próximo inverno possa ser quase normal, um novo normal", disse.

Nesse sentido, afirmou que é necessária "uma nova definição de normalidade".

Retorno para nova normalidade no final do verão europeu

A normalidade, entendida como não precisar de uma nova paralisação da vida pública, poder dar continuidade à atividade econômica e evitar hospitalizações e mortes, poderia ser alcançada com a vacinação "até o fim do verão (europeu)", previu.

Mas isso não depende apenas da vacina BioNTech-Pfizer, mas também de outras, como a Moderna, recentemente aprovada nos Estados Unidos, e as que podem ser aprovadas no primeiro semestre de 2021, algo da qual ele estava "otimista".

Só assim será possível que entre 60% e 80% da população seja vacinada antes do próximo outono, afirmou.

Por sua vez, Ozlem Tureci, co-fundadora da BioNTech com seu marido, reiterou que a vacina oferece 95% de proteção contra a covid-19 após a segunda dose, embora isso já comece com a primeira administração.

Os efeitos colaterais após a administração da vacina incluem dores de cabeça com frequência de 2% e algum cansaço, em 3,8% dos casos.

O que falta determinar é quanto tempo dura a imunidade após a administração da vacina BioNTech, que se baseia atualmente em uma "memória imunológica" de três meses. EFE