Condromalácia patelar: quem tem lesão no joelho pode malhar; veja cuidados

É comum ouvirmos pessoas dizendo que não podem fazer exercícios pois "têm problemas nos joelhos". Obviamente, quando temos uma lesão aguda, muitas vezes não devemos realizar certos tipos de atividade física —e cabe ao médico ortopedista avaliar o que você pode ou não fazer. Mas em casos de problemas crônicos ou até mesmo de um problema agudo que já está sendo tratado por um médico, alguns exercícios podem ser feitos e são benéficos.

Nas academias, por exemplo, vejo muitos alunos com diagnóstico de condromalácia patelar —lesão caracterizada pelo desgaste da cartilagem do joelho, que faz com que o osso do fêmur e da patela entrem em atrito, gerando dor. E a musculação pode contribuir para minimizar esse desgaste, diminuir o desconforto e permitir que, como tempo, a pessoa retome algumas atividades normais, de acordo com a orientação de um ortopedista.

Mas para o treinamento ajudar a prevenir ou controlar o problema, é importante tomar alguns cuidados —e não, a pessoa que tem dor no joelho não está proibida de fazer agachamento, como muitos pensam, pelo contrário. A seguir, dou algumas dicas de como deve ser o treino de pernas de quem sofre com condromalácia patelar —lembrando que a realização dos exercícios deve sempre ter liberação médica.

1. Mantenha uma boa frequência de treino

Procure realizar os exercícios para membros inferiores duas a três vezes por semana, sempre com ao menos 48 horas de intervalo entre um treino e outro. Se você "treinar pernas" poucas vezes, pode não ter o ganho de força e de massa muscular necessário para proteger as articulações. Mas também não exagere. Trabalhar demais a região sem um período de recuperação adequado, além de prejudicar o ganho de força e massa muscular, pode exigir demais e degastar desnecessariamente as articulações.

2. Escolha os exercícios certos

Como falei, é mito que quem tem dor no joelho não pode agachar —obviamente, é preciso avaliar caso a caso e pode haver situações em que o exercício não seja recomendado. Mas para quem tem condromalácia, o recomendado é justamente fazer exercícios de cadeia cinética fechada —em que o pé fica apoiado no chão ou na base do aparelho de musculação, como agachamento, afundo, leg press, levantamento terra, stiff— e evitar os exercícios de cadeia cinética aberta —em que os pés ficam "sem apoio", como cadeira extensora e cadeira ou mesa flexora.

Para não exigir demais das articulações, pode ser uma boa opção fazer os exercícios de cadeia fechada com isometria, em que você fica estático numa posição em que há contração muscular —fica de 30 segundos a 1 minuto agachado, por exemplo.

3. Cuidado com a amplitude, a carga e o volume dos exercícios

Respeite os limites do seu corpo. Nada de usar pesos muito maiores do que suporta ou exagerar na amplitude do movimento. Também é importante não exagerar no volume (quantidade) de treino. Geralmente, fazer dois a quatro exercícios para os membros inferiores, de duas a três vezes por semana, já é suficiente para ter bons resultados. Para não cometer nenhum desses erros, é essencial contar com a orientação de um profissional de educação física.

4. Treine com muita consciência e foco

Tenha muito cuidado na execução dos movimentos. Em alguns exercícios, a amplitude limitada pode ser um problema, pois em determinados ângulos de flexão das pernas há maior compressão patelofemoral e menor coativação dos músculos posteriores. Portanto, busque orientação de um especialista.

Para acelerar sua recuperação e fortalecimento, aposte nos exercícios básicos e que você já domina a execução. Evite muitas invenções, variações que aumentam a força dos músculos anteriores e prejudicam a coativação de posteriores, predispondo a lesões.

Com essas dicas chegou a hora de fazer a sua parte, agora com os devidos cuidados, você pode mandar aquele treino de pernas com segurança e eficiência, para que logo esteja nas atividades normais novamente.