Taise Spolti

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Opinião

Adicção por doce? Conheça alguns ativos que podem ajudar a diminuir vontade

São muitas as pessoas que se queixam de "compulsão por doces", "desejo incontrolável de comer doces", ou então "vontade de trocar qualquer comida salgada por doce". Diariamente escuto isso no meu consultório.

Vamos lá:

Desejo por doces não é algo patológico, é um mecanismo natural de conforto do nosso organismo como ser humano. Nosso primeiro alimento foi rico em açúcares, é o carboidrato a nossa fonte de "reconfortar" a mente. Outro ponto é que, em determinados momentos do nosso dia, a busca pelo doce se torna mais uma resposta ao mecanismo fisiológico do nosso corpo, como ao final de tarde, quando a serotonina está aumentando sua produção e nosso centro de recompensa está mais ativo que nunca.

Porém, a compulsão alimentar se destaca inicialmente pela busca daquilo que mais nos agrada. Essencialmente, em alguns pacientes essa busca se dará pelo doce, quando o paciente sente que há um desejo incontrolável por consumir alimentos para redução de alguma condição emocional que está o afligindo (o comer emocional, ou hedônico). Nesse momento, há uma busca maior pelo doce.

Comer hedonista, ou comer hedonicamente, refere-se a um estilo de alimentação em que o prazer sensorial e a gratificação imediata são os principais motivadores na escolha e consumo de alimentos. Esse tipo de comportamento alimentar se concentra na busca pelo prazer sensorial proporcionado pela comida, como sabor, textura e aroma, em vez de focar principalmente nas necessidades nutricionais ou na saciedade. E aí entra então a questão do açúcar, o paciente busca mais o doce do que qualquer alimento salgado.

E o açúcar, assim como algumas outras substâncias, tem poder dose-dependência. Sendo assim, é chamado então de adicção por doces.

Após analisar minuciosamente toda a conduta e caso clinico do paciente, podemos agir com estratégias bem significantes na sua vida. Isso é feito de forma individualizada, claro, mas separei aqui algumas das substâncias naturais que mais usamos como fitoterápicos, e que auxiliam na redução por esse desejo, principalmente quando há entendimento por parte do paciente em fazer uso juntamente a todo restante do tratamento (com nutricionista, psicólogo e médico).

Garcinia cambogia

Não é diretamente usado para o doce, mas sim para ansiedade e descontroles. A garcinia pode ser usada como extrato seco padronizado puro ou em associações. É um fitoativo potencial para auxiliar na perda de peso e suprimir o apetite.

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O principal componente ativo na garcinia cambogia é o ácido hidroxicítrico (HCA), composto que tem sido estudado por sua capacidade de inibir uma enzima chamada citrato-liase. Ela desempenha um papel na conversão de carboidratos em gordura no corpo, e sugere-se que possa aumentar os níveis de serotonina no cérebro, o que poderia potencialmente reduzir o apetite e os desejos por alimentos, incluindo doces.

Canela

Não é só consenso popular, a canela é usada para reduzir a resistência à insulina, ou seja, melhorar a sensibilidade e controlar os picos desse hormônio no sangue após consumo por doces. Esses picos levam a uma maior busca pelo doce após poucos minutos e horas após consumi-los. Usamos tanto em pó em algumas refeições como em frutas ou chás, ou então como ativo associado em alguma formulação magistral.

Gymnema sylvestre

Usada tipicamente em formulações magistrais e associada a outras plantas como a canela, ela tem ação intestinal, diminuindo a absorção do açúcar. Por isso o uso prolongado é associado à redução do desejo pelo doce, visto que não há picos de glicemia e insulina sanguíneas.

Berberina

Já escrevi uma matéria todinha sobre ela e de fato seu uso para emagrecimento e saúde dos diabéticos vem aumentando a cada dia. O foco na busca pelo doce controlando essa adicção é um tanto quanto positiva, afinal atua na regulação da glicemia e melhora da sensibilidade a insulina.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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