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Gigantes da moda e do luxo se mobilizam na prevenção contra o coronavírus

O grupo francês LVMH, líder mundial do luxo, anunciou ontem que vai produzir álcool gel em suas fábricas de perfume - Getty Images/iStockphoto
O grupo francês LVMH, líder mundial do luxo, anunciou ontem que vai produzir álcool gel em suas fábricas de perfume Imagem: Getty Images/iStockphoto

Da RFI

16/03/2020 14h28

O grupo francês LVMH, líder mundial do luxo, dono de marcas como Louis Vuitton, Dior ou Guerlain, anunciou ontem que vai produzir álcool gel em suas fábricas de perfume. O material será doado às autoridades francesas e a ação será mantida "o tempo que for necessário", explicou o grupo por meio de um comunicado.

Essa foi apenas uma das iniciativas vindas do mundo do luxo e da moda desde o início da epidemia de coronavírus.

No final de janeiro, quando a propagação do vírus se acelerou, LVMH e seu concorrente Kering (dono de grifes como Balenciaga ou Yves Saint Laurent), mas também as marcas Versace e Estée Lauder, já haviam feito as primeiras doações para a China, estopim da crise sanitária.

Itália recebe boa parte das doações

Desde então, os anúncios vêm se multiplicando, principalmente na Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia. Na manhã desta segunda-feira (16), a o presidente da Prada anunciou que sua empresa iria doar duas unidades completas de tratamento intensivo e de reanimação aos hospitais Vittore Buzzi, Sacco e San Raffaele, em Milão.

Na semana passada, o grupo Kering também doou US$ 2 milhões para a Itália, onde é bastante presente com as marcas Gucci, Bottega Veneta, Pomellato ou Brioni.
Ainda entre os italianos, o grupo Edizione, dono da Benetton, deu US$ 3 milhões para hospitais em Treviso (berço da marca), Milão e Roma.

O estilista Giorgio Armani também enviou para os hospitais do país um cheque de US$ 1,25 milhão, enquanto Dolce & Gabbana e Bulgari fizeram doações em dinheiro para pesquisadores que buscam um tratamento para o COVID-19.

Setor do luxo foi um dos primeiros atingidos

As doações dos grandes nomes do luxo seguem a mesma mobilização vista após os incêndios florestais na Austrália ou a destruição parcial pelo fogo da catedral de Notre Dame, em Paris. Mas desta vez, os gigantes dessa indústria são diretamente atingidos.

Além da dimensão humana da pandemia, com milhares de mortes pelo mundo, o impacto econômico do coronavírus foi quase imediato para as marcas de moda e luxo, já que suas fábricas e ateliês pararam de funcionar na China e na Itália, dois países centrais para a produção deste setor.

Além disso, as medidas de confinamento obrigaram várias marcas a fechar suas lojas temporariamente. Algo raro em uma indústria extremamente dependente do turismo.

Além das grandes grifes

Mas não é apenas o setor do luxo que vem se mobilizando. Grandes nomes do mundo digital, como Amazon e Microsoft, doaram US$ 1 milhão cada para ajudar na luta contra o COVID-19. Já Mark Zuckerberg, do fundador do Facebook, colocou os dados da rede social à disposição dos pesquisadores para tentar entender a propagação do vírus

O bilionário chinês Jack Ma, fundador do site Alibaba (o equivalente do Amazon na China), anunciou que iria doar 500 mil kits de teste de coronavírus e um milhão de máscaras para as autoridades norte-americanas.

"Baseados na experiência em nosso país, constatamos que os testes rápidos e precisos e um equipamento de proteção individual adequado para os profissionais da saúde são o método mais eficaz para prevenir a propagação do vírus. Esperamos que nossa doação poderá ajudar os americanos a lutar contra a epidemia", disse o executivo chinês, apenas algumas horas após Donald Trump declarar urgência nacional nos Estados Unidos.