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'Não consegui gritar': Brasileira estuprada em Paris foi seguida após crime

Irmãs brasileiras iam embora da Torre Eiffel quando foram abordadas por dois homens; uma delas foi estuprada - AndreaAstes/Getty Images
Irmãs brasileiras iam embora da Torre Eiffel quando foram abordadas por dois homens; uma delas foi estuprada Imagem: AndreaAstes/Getty Images

De Universa, em São Paulo

10/02/2023 11h14Atualizada em 10/02/2023 11h16

A turista brasileira estuprada nos arredores da Torre Eiffel, em Paris (França), foi perseguida pelo abusador depois de conseguir fugir. A irmã mais velha da jovem, que flagrou o abuso, conseguiu resgatar a caçula batendo com o celular no homem que a atacava, mas afirmou que ele e um amigo ainda tentaram segui-las na rua. Eles teriam fugido após ver que as vítimas falavam com policiais. A vítima falou pela primeira vez sobre o caso à TV Record.

Eu fui falar com a patrulha, tentei explicar para o policial o que estava acontecendo e ele me disse que não poderia ser feito nada. Eu peguei e chamei a polícia outra vez (por telefone), falei: 'a polícia está aqui na minha frente e ninguém esta fazendo nada. Estou aqui 45 minutos'.
Brasileira vítima de estupro em Paris, em entrevista ao Jornal da Record

Os homens abordaram as irmãs no Campo de Marte, jardim nos arredores da Torre Eiffel, no sábado (4). Elas já estavam indo embora do ponto turístico, em direção ao metrô, quando os suspeitos se aproximaram e se ofereceram para acompanhá-las. O estupro da caçula ocorreu quando ela decidiu ir ao banheiro, se afastando da irmã, que mora na Espanha e estava na França a turismo. Depois de quase ser atacada, a mulher de 20 anos decidiu buscar a irmã e conseguiu resgatá-la.

Ele me empurrou e eu caí no chão. Ele veio para cima de mim e tapou a minha boca. Eu não conseguia gritar, eu tentava sair dali, mas eu não conseguia, porque ele era muito, muito forte.

As irmãs afirmaram que se sentiram desprotegidas pela polícia francesa, reclamaram da falta de ação das autoridades e decidiram não se identificar. A polícia de Paris emitiu nota afirmando apenas que "no que diz respeito aos elementos dessa investigação, o caso foi enviado para a procuradoria". O caso está sendo investigado pela 3ª circunscrição da Direção de Polícia Judiciária de Paris.

O Consulado Geral do Brasil na França declarou que oferece apoio jurídico e psicológico para as vítimas. O órgão também afirma que segue acompanhando o caso.

Casos semelhantes já foram registrados no mesmo local. Em setembro de 2022, segundo o jornal francês Le Parisien, uma turista canadense foi sequestrada e estuprada por um jovem de 19 anos na mesma região. Em 2016, três homens foram presos suspeitos de um estupro coletivo também próximo à Torre Eiffel, em Paris, segundo o jornal britânico The Independent.