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Após Anitta lançar perfume íntimo, médicos avaliam se produto é seguro

O perfume íntimo de Anitta foi lançado pela Cimed e é testado pela Anvisa - Divulgação
O perfume íntimo de Anitta foi lançado pela Cimed e é testado pela Anvisa Imagem: Divulgação

Karina Hollo

Colaboração para Universa, de São Paulo

29/07/2022 13h15

Outro dia mesmo a gente estava falando sobre o perfume íntimo de Anitta. Pois bem: a popstar brasileira, que não é de perder tempo, acaba de lançar o seu —Puzzy by Anitta. E ela, que vem gabaritando trend topic atrás de trend topic —bateu recorde no Spotify, foi destaque no Lollapalooza, virou estátua no museu de cera—, promete causar com essa estreia no terreno da perfumaria.

A fórmula do Puzzy tem aprovação da ANVISA, além de ter passado por testes ginecológicos e dermatológicos. O produto foi inspirado na rotina de Anitta, que já usava uma fragrância íntima desenvolvida por uma amiga. Mas o uso contínuo pode ser prejudicial, alerta ginecologista Marcelo Ponte, especialista em estética íntima. "A vagina é uma região úmida que, naturalmente, tem odor, devido à produção de secreções que, inclusive, são responsáveis pela limpeza, proteção e manutenção da saúde dessa região. Quando o desodorante íntimo é aplicado, ele impacta diretamente nesse ecossistema", diz.

Tudo começou com a história da tatuagem íntima, que deu o que falar. E quando a gente perguntou para ela o que a motivou a fazer a tattoo, a ariana que não tem papas na língua só respondeu: "O que motiva toda pessoa a fazer uma tatuagem: vontade".

Vaidosa desde sempre, era de se esperar que a cantora e empresária entrasse na área cosmética. Mas a surpresa é que vai além de se sentir cheirosa. "Para mim, entra na categoria de você se sentir bem consigo mesma (o). Não encaro isso como vaidade, mas sim como autocuidado", diz Anitta.

"Eu gosto de estar perfumada. No meu corpo todo. Da cabeça aos pés. Por que não na região íntima, né? Existe um tabu muito grande na hora de se falar sobre isso. E eu não sou uma pessoa de tabus", diz Anitta, que conta ser adepta de outros itens de sexual care e também de sex toys. "Tenho um quarto temático na minha casa só para eles, inclusive. Babado!", provoca.

Sexual care é tendência

A artista participou de todo o processo de desenvolvimento da marca, desde nome e logo até a identidade visual das embalagens, escolha das fragrâncias e comunicação. "Meus fãs e quem me segue sabem que eu uso deo colônia para a região íntima há anos. Sempre tive vontade de empreender e fazer isso chegar ao mundo! Amores, depois que vocês experimentarem, não vão querer deixar de usar jamais!", fala Anitta.

Lançado pela farmacêutica Cimed, ele é uma grande aposta no mercado de sexual care. "Anitta é uma artista bem sucedida, com projeção nacional e internacional, além de ser empresária e empreendedora de alta performance. A parceria com ela foi baseada em um movimento estratégico, trazendo inovação e criatividade", diz Karla Felmanas Marques, vice-presidente da Cimed.

O match com a cantora é quase óbvio. Anitta inspira empoderamento e liberdade, tem tudo a ver com o produto, que inclusive já usava. "As pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e o bem-estar íntimo/ sexual. O Puzzy é uma fragrância que pode ser usada em todo o corpo e inclusive na região íntima", explica Karla.

Esse mercado em expansão vem sendo impulsionado pela mudança de comportamento das pessoas e da quebra de tabus em relação ao bem-estar sexual.

Uso contínuo pode ser prejudicial, alerta ginecologista

A orientação dos especialistas é utilizar esse tipo de produto na parte externa —não diretamente na vulva—, geralmente no fundo da calcinha ou na área da virilha.

Vale ressaltar ainda que o odor da vagina pode indicar que tem algo errado e o uso diário de perfumes pode retardar esse diagnóstico, além de poder causar alergia. "Não se trata apenas da alteração do pH vaginal, é toda uma cadeia de microrganismos positivos para seu corpo que é quebrada e seu uso contínuo pode ser prejudicial", alerta Marcelo Ponte, ginecologista, obstetra e especialista em estética íntima.

Para a sexóloga Natali Gutierrez, é importante lembrar que "a vulva tem seu próprio cheiro". "Não é forte ou desagradável. Tudo isso tem a ver com a higienização e se há alguma bactéria/alergia/infecção —o que, sim, pode causar um odor mais forte", diz.