Importunação sexual: motociclista que assediou jovem na rua é preso no CE

O homem flagrado dando um tapa na bunda de uma jovem que caminhava por uma rua de Fortaleza, no dia 21 de março, foi identificado e preso na tarde desta terça-feira (5) pela Polícia Civil. Trata-se de um taxista de 43 anos que trabalha no centro da cidade —não foram revelados mais detalhes sobre sua identidade. O episódio de importunação sexual foi registrado por uma câmera de segurança, e as imagens auxiliaram as investigações e ajudaram a polícia a chegar até o assediador.

Ao saber da prisão do homem, a vítima, uma jovem de 18 anos, disse estar aliviada. A Universa, Priscila* contou que espera justiça e quer que o ele seja condenado pelo que fez.

"Estou me sentindo feliz. Agradeço, em especial, às inspetoras que estavam no caso, da Delegacia da Mulher, que não deixaram de procurar até encontrá-lo", ressaltou.

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Priscila reafirmou que o assédio foi algo que a machucou demais. Ela lembra que ficou em um estado de fragilidade e que só encontrou forças no acolhimento da família. A prisão era esperada, mas, segundo a jovem, não acaba totalmente com sua preocupação.

"Estou mais tranquila, mas sair pelas ruas normalmente é uma coisa que não sei quando vou poder fazer. Naquele momento senti impotência, e o medo ainda existe. O que me garante que não vai acontecer novamente?", questionou a estudante.

Em nota, a Polícia Civil do Ceará confirmou a prisão do agressor. Ainda no comunicado, a corporação revelou que os depoimentos e diligências foram fundamentais na localização dele.

O homem, contou a polícia, foi preso no ponto de mototáxi que costumava ficar na Praça do Ferreira, centro de Fortaleza. Na quarta-feira (6), a Polícia Civil, em uma entrevista coletiva à imprensa para dar mais detalhes sobre a prisão, informou que o agressor é reincidente e já havia sido preso, sobr denúncia pelo mesmo crime, em outubro de 2020.

Relembre o caso

Priscila seguia por uma rua do bairro Ellery, em Fortaleza, no último dia 21 de março, quando foi atacada por um motociclista. A jovem de 18 anos seguia sozinha para a casa da mãe. Ao entrar na rua, o agressor percebeu a vítima caminhando sozinha e se aproximou.

A ação foi registrada por uma câmera do circuito de segurança. No vídeo, que viralizou nas redes sociais, é possível ver o mototaxista seguir na direção da jovem, dar um tapa na bunda dela, acelerar a moto e fugir como se nada tivesse acontecido. A motocicleta estava com a placa coberta por um pano.

No registro, também é possível notar que a vítima ficou tão assustada que mudou o percurso que fazia e retornou correndo pela mesma via, à procura de ajuda.

Ela contou a Universa que entrou em outra rua, ligou para a mãe e esperou ser resgatada por ela. Juntas, elas registraram o ataque na polícia.

O que é importunação sexual?

Em 2018, a importunação sexual se tornou crime no Brasil, com pena prevista de um a cinco anos de prisão. É definida como sendo a prática de um "ato libidinoso", algum tipo de contato sexual contra uma pessoa sem que ela tenha dado consentimento.

O projeto de lei surgiu após diversos casos de homens que se masturbaram ou agrediram sexualmente mulheres dentro de transporte público terem ganhado repercussão nacional.

Como denunciar?

A SSPDS (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará) destacou a importância de as vítimas denunciarem essas agressões em qualquer unidade policial. Se for possível, porém, a orientação é procurar uma delegacia especializada em atendimento a mulheres.

Em casos como o que ocorreu em Fortaleza, o órgão explicou que a população pode contribuir com as investigações, repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais por meio dos disque-denúncia de suas cidades.

No Ceará, as denúncias podem ser feitas para o número 181 ou para o número (85) 3101-0181, de WhatsApp. As informações também podem ser direcionadas para o telefone (85) 3108-2950, da Delegacia da Mulher de Fortaleza, com sigilo e anonimato garantidos.

A orientação é procurar o número especializado do estado e cidade e que a vítima vive, mas também há um canal nacional para buscar ajuda, o número 180, do Governo Federal que registra denúncias e explica como é possível agir ao sofrer esse tipo de violência.

*O nome foi alterado a pedido da entrevistada, para preserver sua identidade.