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'BBB': Maria sente saudade do vibrador; masturbação ajuda no confinamento?

Maria, do "BBB", disse que estava com saudade de seu vibrador - Reprodução
Maria, do "BBB", disse que estava com saudade de seu vibrador Imagem: Reprodução

Gabriela Forte

Colaboração para Universa

10/02/2022 15h06

Durante a festa da líder Jade, no "BBB 22", na madrugada de quarta-feira (9), a cantora Maria revelou estar com saudade de diversas coisas de fora do confinamento, entre elas de poder andar nua pela própria casa e de seu vibrador. "Tô com saudade de ficar pelada, do vibrador, de tocar uma siririca, sabe? Sonho com isso", disse a sister, enquanto trocava de roupa sozinha no quarto Lollipop.

Maria, que fala abertamente no programa sobre sexo e seus desejos, já movimentou os edredons com o designer fluminense Eliezer, e disse que a experiência foi mais do que satisfatória.

Carla Pereira, fisioterapeuta especialista em sexualidade pela FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), afirma que o confinamento do "BBB" pode aguçar ainda mais a libido dos participantes. "Desperta a curiosidade e o desejo com relação aos corpos de pessoas desconhecidas, ao novo e à experiência que você não sabe exatamente qual será. A adrenalina do jogo entra nesse coquetel também. Com a liberdade deles vetada, buscam alternativas para usar a liberdade que têm", diz a doutura e mestre pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Para a terapeuta sexual e colunista de Universa Ana Canosa, "estar com tantas pessoas diferentes, por tanto tempo e sem muito o que fazer, pode ser mais um fator que desperte esse desejo sexual".

Com tantos corpos diferentes no mesmo lugar, eles podem chamar a atenção e atrair, fazendo o desejo ficar mais presente. Como lidar com ele vai de cada um.

Ana ainda afirma que, embora o dia a dia do reality possa provocar a libido dos participantes, o desejo manifestado por Maria é comum e saudável. E que a masturbação pode, inclusive, ajudar no jogo, tranquilizando os participantes.

A sensação de bem estar, de satisfação, de relaxamento com os hormônios liberados pelo organismo satisfazem fisicamente quem se masturba sem culpa. E a sensação positiva de saber que você é capaz de dar prazer a você mesma e de ter a sua autonomia sexual é importante para o caráter psicológico.

Carla acrescenta que é importante derrubar o mito de que a masturbação feminina é uma compensação para casos de relações sexuais insatisfatórias. "O prazer sexual não pode depender somente do outro. Se uma mulher que não tem orgasmo, a sociedade logo assume que é porque o parceiro ou a parceira não sabe fazer isso por ela. Mas o prazer é individual e depende de autoconhecimento. É importante se conhecer e saber os melhores estímulos e sensações para si."

Ritual de autocuidado

Para Ana, a masturbação vai além da simples busca pela satisfação sexual. "Como é um processo seu, particular, você precisa ter mais uma conexão pessoal entre o seu cérebro e o seu corpo. É um momento de concentração, em que você tem de estar consigo mesmo. Um ritual de autocuidado, de reconexão."

A ausência desse autoconhecimento, segundo ela, pode gerar impactos. "A masturbação faz parte do desenvolvimento sexual de cada um. Um bloqueio pode levar à dificuldade de atingir o orgasmo ou de se permitir o prazer —em qualquer área, até além da sexual", afirma Carla Pereira.

Uma pesquisa recém-divulgada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP e coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade), cerca de 40% das mulheres do país não se masturbam e, dessas, quase uma em cada cinco nunca experimentou a prática.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado, Carla Pereira é fisioterapeuta especialista em sexualidade.

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