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Ana Clara sobre um dia apresentar o BBB: "Papo para daqui a alguns anos"

Ex-participante do reality, Ana Clara comandará o "Plantão BBB" na Globo - Reprodução
Ex-participante do reality, Ana Clara comandará o "Plantão BBB" na Globo Imagem: Reprodução

Camila Brandalise

De Universa

04/04/2021 00h00

A atriz Ana Clara Lima tinha 20 anos quando participou do "Big Brother Brasil", em 2018, ao lado do pai, Ayrton. Eles competiram em dupla e ficara em terceiro lugar. Agora, aos 23 e após diversas incursões como repórter e apresentadora no Multishow, acumula elogios a cada entrevista que faz com os eliminados da 21ª edição do reality, toda terça-feira à noite, com exibição pelo site do programa e também para os assinantes do Globoplay.

O sucesso foi tamanho que nesta segunda (5), Ana Clara chega à TV aberta, com a estreia do Plantão BBB, que será exibido diariamente na Globo após o "Jornal Hoje". A apresentadora vai receber convidados para falar sobre os últimos acontecimentos do programa, analisar comportamentos de participantes e fazer previsões sobre conchavos dentro do jogo.

Em conversa com Universa, Ana falou sobre a repercussão positiva do seu trabalho, a possibilidade de um dia apresentar o BBB medo de cancelamento.

Para se esquivar de polêmicas, porém, não respondeu às perguntas sobre machismo que leva as sisters do programa sofrerem um julgamento mais pesado por parte do público do que os homens, a exemplo das últimas eliminações de Carla Diaz e Sarah.

Confira trechos da entrevista:

UNIVERSA - Você está sendo muito elogiada, inclusive pelo seu chefe, o diretor Boninho, pelas entrevistas com os eliminados do BBB, e agora você ganha um programa solo. É o momento mais importante da sua carreira?

ANA CLARA - Sem dúvida, é um momento divisor na carreira. Mais do que isso, é uma alavanca, uma oportunidade muito grande. Estou muito feliz.

BBB 21: Ana Clara apareceu na com fantasia de brocólis usada por Projota - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
BBB 21: Ana Clara apareceu no programa "Rede BBB" com fantasia de brócolis usada por Projota
Imagem: Reprodução/Instagram

A atual edição do BBB teve recordes de rejeição. Essas entrevistas, como a com Karol Conká, foram as mais complicadas de fazer? Quais cuidados você toma?

Os cuidados têm a ver com o fato de a gente enxergar os participantes como pessoas que têm família, amigos, com seus sentimentos, desejos em relação à participação no programa. É muito importante ter isso na cabeça. Sem dúvida é uma coisa que faz com que a entrevista tenha um tom diferente. Todas exigem preocupação e preparação, porque todos os participantes ali estão passando por um momento de descompressão. De certa maneira, de desencanto. Até então eles poderiam ganhar R$ 1,5 milhão, poderiam chegar na final, e aí perdem.

Como o fato de você já ter participado de um BBB te ajuda na condução das entrevistas com os eliminados?

Acho que me coloca na situação de uma pessoa que tem propriedade para falar do assunto. Mas também tem aquela coisa das dores e das delícias. Só entende o que passa e o que acontece na vida de uma pessoa pós-programa quem já participou. É uma vantagem muito grande que eu tenho em relação à conversa com eles. É o poder de se colocar no lugar. Já passei por aquilo.

Espera que algum dia uma mulher possa apresentar o BBB? E você apresentaria?

Isso é papo para daqui a alguns anos. Ouvi pessoas falando sobre isso. Mas, primeiro: a gente já tem uma pessoa no comando, que é o Tiago Leifert, e eu jamais poderia dizer que me sinto capaz de fazer o que ele faz.

Posso, sim, ter aprimorado minhas técnicas, ter crescido como apresentadora nos últimos anos, mas ainda tenho muito chão para andar e arroz com feijão para comer. Um dia vou estar pronta para ter um produto desse porte na minha mão. Mas preciso ser humilde e entender meu lugar. Sabendo das dificuldades que existem em comandar um programa como BBB, acho que ainda faltam algumas coisas para eu me familiarizar.

A última eliminada com quem você conversou foi a Sarah e tem toda uma polêmica por ela ter se posicionado politicamente, dito que gosta de Jair Bolsonaro. Você acha que participante que fala em política se dá mal?

Acho que todo assunto pode gerar uma insatisfação do público. Você nunca vai desagradar a todos e nunca vai agradar a todos. Então acho que não existe isso de colocar numa caixinha assuntos que podem ser prejudiciais. Dependendo de quem ouve e como ouve, tudo pode se tornar motivo para descontentamento do público. São diversos fatores: política, religião, posicionamentos nas amizades, no jogo.

Há preconceito com ex-BBB?

Existe, mas também não impede ninguém de fazer nada. Sempre vai ter alguém que vai olhar para uma pessoa que participou do "Big Brother" e vai pensar: 'Hum, ex-BBB'. Só que isso não vai impedir a pessoa de chegar a algum lugar. Pode existir esse burburinho, podem até falar, mas ninguém nunca deixou de seguir caminhos que deveria seguir porque participou do programa. Eu estou aí de prova, mas sei que tem gente que não gostou porque sou ex-BBB.

Essa edição tem discutido muito o cancelamento. Além de apresentadora, você também é influenciadora digital, o grande alvo dos canceladores. Tem medo de ser cancelada? Faz algo para tentar evitar isso?

Essa coisa do cancelamento é muito perigosa porque acaba podando muito todo mundo. E eu acho que podar não é legal. Legal é reaprender. Digo com convicção que a maioria das pessoas está mais assustada em ser destruída na internet do que realmente preocupada em mudar sua maneira de pensar, de ver o mundo.

Nada que vem pelo medo permanece por muito tempo. Não adianta nada essa cultura do terror, porque as pessoas vão fazer e vão falar de acordo com o que o público quer, mas por trás continuam com os mesmos pensamentos. É isso que acho muito nocivo.

Você é detentora do recorde de 42 horas em uma prova de resistência do BBB. Como conseguiu? Acredita que teria esse pique hoje?

Eu amo, adoro falar dessa prova. Foi uma coisa na minha vida que nem sei explicar. Se tivesse que dar um palpite, diria que foi o psicológico. É a mente que comanda as provas de resistência, nada tira isso da minha cabeça. A força mental, o trabalho de psicologia que você faz com você mesmo. Foco. Acho que conseguiria ficar de novo hoje. Tem que ter as emoções muito bem trabalhadas. Se consegui fazer quando as emoções estavam mais mexidas, porque o BBB mexe muito com isso, consigo fazer hoje também. Só tem que ter um carro na disputa.

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