Denúncias de violência sexual ganham força no Irã três anos após #MeToo
Três anos depois do #MeToo se espalhar globalmente pelas redes sociais, uma onda de posts inspirada no movimento é agora abraçada por mulheres no Irã, que estão quebrando o silêncio sobre violência sexual.
O ponto de partida ocorreu na semana passada, quando muitas internautas no país fizeram denúncias, anonimamente, de terem sido estupradas após consumirem bebidas com drogas.
Pelo menos 20 vítimas acusam Keyvan Emamverdi, um ex-dono de livraria, de ter cometido os crimes. Elas usaram a hashtag #Rape (estupro) no Twitter para chamar a atenção para seus depoimentos.
O método utilizado pelo estuprador provocou indignação, incentivando várias outras mulheres a revelarem na rede social casos de violência sexual vivenciados quando eram mais jovens.
Estão entre os homens apontados como autores das agressões um professor, um acadêmico, um romancista, um pintor renomado, um cantor proeminente, um ator e um executivo de tecnologia.
A maioria dos testemunhos data de mais de uma década.
"Esse movimento deveria ter começado muito antes", disse Hana Jalali, contadora de 25 anos, em Teerã. "Acredito que falar sobre essas questões, fazendo com que sejam divulgadas, é uma grande coisa", disse ela à agência AFP.
Somayeh Qodussi, jornalista da revista mensal Zanan (palavra que significa "mulheres", em farsi), disse que a questão é altamente delicada no Irã.
"O estupro é um assunto tabu na sociedade iraniana e é difícil falar sobre isso até mesmo na própria família", afirmou. Mas "agora estamos vendo moças que parecem dispostas a ficar na praça central da cidade" e fazer tais acusações, disse ela à AFP.
"Muitas pessoas adquiriram conhecimento sobre o assunto" pela primeira vez, ela conta, acrescentando que essa foi uma "grande conquista para as mulheres iranianas".
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