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Damares nega ter vazado dados de menina estuprada e fala em visita padrão

A ministra Damares Alves afirmou que nenhum técnico de seu ministério teve contato com a menina estuprada - Fabrice Coffrini / AFP
A ministra Damares Alves afirmou que nenhum técnico de seu ministério teve contato com a menina estuprada Imagem: Fabrice Coffrini / AFP

De Universa, em São Paulo

26/08/2020 17h54

A ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) divulgou hoje um vídeo negando ter divulgado informações confidenciais sobre a garota de 10 anos, estuprada pelo tio, que precisou ser submetida a um aborto legal em 17 de agosto. Na declaração, Damares disse que o foco da pasta era na violência cometida contra a criança, e não no aborto em si, mas acrescentou que a menina carregava "uma vida inocente".

No vídeo, a ministra explica que técnicos da pasta foram até São Mateus (ES), onde a garota vivia, para participar de três reuniões sobre violações de direitos de crianças e adolescentes. Os encontros, segundo ela, foram registrados e ocorreram no Conselho Tutelar, na Secretaria de Assistência Social e na delegacia de Polícia Civil.

Após as reuniões, os técnicos teriam deixado a cidade no mesmo dia "sem haver encontrado com nenhum membro da família da criança".

Nossa equipe não visitou a sua casa, não teve acesso ao seu nome ou a quaisquer outros dados sigilosos. Andaram falando por aí que foram os nossos técnicos que vazaram os dados da criança. Isto é mentira"
Damares Alves

A ministra declarou ter aberto uma investigação interna para apurar quem possa ter vazado os dados da menina. "E também a quem individualmente teve acesso a ela ou à sua família, quais instituições, ONGs e com quais objetivos tiveram acesso à família", acrescentou.

Damares afirmou que a visita é um procedimento padrão e que já foi realizada em outros casos, como no incêndio que ocorreu no Ninho do Urubu no início do ano passado, ou na morte do menino Miguel, em Recife, ao cair de um prédio este ano.

Titular da pasta, ela reiterou que a viagem ocorreu porque São Mateus "necessita de atenção especial". Segundo a Agência Pública, a cidade registra média de um parto de garota de 14 anos a cada mês.