Estupro seguido de assassinato de garota de 13 anos gera revolta na Índia

O estupro seguido de assassinato de uma garota de 13 anos no norte da Índia gerou revolta no país. Segundo a CNN norte-americana, com informações da polícia local, dois homens da vila em que a adolescente vivia, no estado de Uttar Pradesh, foram presos sob suspeita de assassinato depois que o corpo da vítima foi encontrado.

Ainda de acordo com a polícia, as acusações adicionais de estupro e estupro coletivo foram feitas somente após a realização de uma autópsia.

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A menina teria saído de casa, na aldeia de Pakaria, no distrito de Lakhimpur Kheri, na tarde da última sexta-feira (14) para ir ao banheiro nos campos próximos, disse Sandeep Kumar, um oficial da polícia de Uttar Pradesh.

Sua família começou a procurá-la e encontrou seu corpo em um canavial, acrescentou Kumar. A autópsia revelou que a garota foi estuprada e estrangulada. A investigação ainda está em andamento.

A garota era de uma família Dalit, casta da cultura hindu marginalizada e antes conhecida como "intocáveis". Na Índia, o sistema de castas foi oficialmente abolido em 1950, mas a hierarquia social imposta à população ainda existe em alguns aspectos.

Revolta com o caso

Chandrashekhar Azad, um ativista dos direitos dos Dalits, disse que a opressão contra a casta está "no auge" sob o governo do primeiro-ministro Narendra Modi, do partido Bharatiya Janata.

"Nossas filhas não estão seguras, nossas casas não estão seguras, há uma atmosfera de medo por toda parte", escreveu Azad em publicação nas redes sociais.

Além disso, a notícia da morte da garota também despertou a ira pública na Índia, que luta contra o problema generalizado da violência sexual contra as mulheres.

"O assassinato cruel após o estupro de uma adolescente em Lakhimpur Kheri é um incidente chocante para a humanidade", disse Akhilesh Yadav, ex-ministro-chefe do estado de Uttar Pradesh e membro do partido de oposição ao governo atual.

Apesar da revolta popular, o caso não levou a população a protestar nas ruas. Um dos motivos é a pandemia do novo coronavírus, que já causou 51.797 mortes no país, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.