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Suspeitos de violência doméstica são alvos de megaoperação da polícia no RJ

14 Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher participam da ação em todo o estado do Rio de Janeiro - Getty Images
14 Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher participam da ação em todo o estado do Rio de Janeiro Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

13/08/2020 08h19Atualizada em 13/08/2020 10h34

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou na manhã de hoje a Operação Athena, que tem como objetivo cumprir mandados de prisão contra foragidos da Justiça por crimes de violência contra a mulher.

As 14 DEAMs (Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher) do estado participam da operação, que acontece em todo o Rio de Janeiro. Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça após inquéritos policiais concluídos por todas as delegacias do estado. Segundo a GloboNews, ao menos 33 suspeitos foram presos.

A operação de hoje não inclui suspeitos de agressão foragidos no interior de comunidades. Uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) proíbe a realização de operações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia.

A diretora do DGPAM (Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher), delegada Sandra Ornellas, afirmou que o trabalho realizado pelas delegacias especializadas resultou na megaoperação de hoje.

"Somente em 2019, as DEAMs indiciaram 16.703 autores de violência doméstica e familiar de diversas formas contra mulheres, além de solicitar 20.930 medidas protetivas de urgência. O resultado deste trabalho são os inúmeros mandados de prisão a serem cumpridos hoje", afirmou.

"Esses mandados estavam sendo represados, e a gente entendeu que cumpri-los agora em agosto, que é considerado o agosto lilás, de conscientização da violência doméstica, (uma) homenagem aos 14 anos da lei Maria da Penha, seria fundamental. Essa lei que afinal de contas é um divisor de águas no combate à violência doméstica e familiar", disse Sandra em entrevista à Globonews.

Redução de registros durante a pandemia

Ainda segundo a diretora do DGPAM, apesar de as Delegacias da Mulher terem mantido o atendimento ao longo de todo o período de isolamento social, inclusive com diversas prisões em flagrante, houve uma diminuição nos registros de ocorrência. Algumas delegacias chegaram a ter redução de até 50%.

"Segundo o Monitor de Violência do Instituto de Segurança Pública, a redução do número de registros não significa que a violência contra a mulher esteja diminuindo, mas que pode haver subnotificação neste período de pandemia. Com a flexibilização do isolamento social, houve um considerável aumento no número de registros durante o último mês", afirmou a delegada.

"Cumprir hoje esses mandados é tirar de circulação esses indivíduos que já cometeram violência, que inclusive já estão com condenações definitivas, e também encorajar mulheres que estão sofrendo violência, mas que não têm ainda a coragem de procurar e denunciar, seja por vergonha seja por impossibilidade", acrescentou Sandra à Globonews.