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Filha de enfermeira, garotinha faz apelo na web para você lavar as mãos

Clara, de 3 anos, faz cartaz para mãe enfermeira, contra coronavírus - Reprodução/Instagram @diarioda_clarinha
Clara, de 3 anos, faz cartaz para mãe enfermeira, contra coronavírus Imagem: Reprodução/Instagram @diarioda_clarinha

Luiza Souto

De Universa

24/03/2020 17h44

Clarinha tem apenas três anos, mas muita consciência. Foi por iniciativa dela que a mãe da menina, a enfermeira Esther Ferreira, de 29 anos, gravou um vídeo em que a criança pede para as pessoas lavarem as mãos, para evitar o contágio do coronavírus.

Moradora de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, Esther conta que a criança ainda fez um cartaz "para as pessoas ficarem em casa e acabar com o bichinho verde", conta ela, repetindo as palavras da filha única.

Embora consiga ver um pouco de humor na inocente atitude da criança, Esther teme pela saúde da família. O número de casos confirmados do coronavírus no RN subiu para 14, de acordo com o último boletim da Sesap (Secretaria Estadual de Saúde Pública), sendo quatro em Parnamirim.

A enfermeira trabalha numa maternidade municipal e fala que recebe casos suspeitos de coronavírus diariamente. Em meio ao caos, relata que os profissionais da saúde não têm ali EPIs (Equipamento de Proteção Individual) adequados, e o resultado dos testes para a covid-19 está saindo em até dez dias. Referência para teste de coronavírus em São Paulo, o Hospital Albert Einstein divulga o resultado na rede em até sete dias úteis. Antes eram 72 horas.

"Além de ter que conviver com o medo de contrair o vírus e transmitir para a família e pessoas ao redor, tenho que lidar com o déficit de profissionais que precisam ficar em isolamento, seja por apresentarem sintomas respiratórios e, nesse caso, são suspeitos, ou por serem dos grupos de risco e precisam se ausentar", ela relata.

Universa tenta contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de Parnamirim para mais informações.

Para evitar que a situação piore e o número de casos aumente, Esther tenta agora, junto à família, conscientizar a população quanto à higiene e também para que todos fiquem em casa.

"Minha família está em casa, mas eu tenho que voltar depois dos plantões. Se tivesse outro lugar, ficaria longe deles. Em sete anos de enfermagem, nunca vivemos um momento como este. Ando nas ruas desertas e parece que estou num filme de terror."