Hering lança campanha para tirar "tomara que caia" do dicionário da moda
Ao que tudo indica, o tomara que caia está com os dias contados. Não a peça, que segue firme e forte nos guarda-roupas femininos, mas o termo usado para batizá-la -e que remete a uma visão masculina sobre a roupa.
A peça tão usada por décadas -principalmente quando o assunto é vestido de noiva- é alvo do movimento #BlusaSemAlça, da campanha "Liberdade é básico", da Hering, que contará com diversas ações e projetos ao longo deste ano.
Deixar a mulher com os ombros à mostra continuará a ser sexy e romântico, mas a proposta da marca é tirar qualquer nuance machista e sexista ligada à vestimenta.
"A Hering é uma marca democrática e inclusiva na sua essência e não compactua com o discurso que fere a liberdade de uma ou mais pessoas", disse Rita Coelho, gerente de marketing da Hering. "Essa ação tem como objetivo fazer que esse termo machista e sexista seja exterminado do nosso vocabulário e usar o termo que o mundo usa que é o blusa sem alça".
Rita lembra que a marca, uma das mais populares do Brasil e completa 140 anos, teve um grande engajamento ao lançar, há 25 anos, a campanha "Câncer de Mama, no Alvo da Moda".
Para tratar da questão do machismo, a empresa coloca nas lojas um modelo exclusivo criado para a ação, em edição limitada e com lucro revertido para a ONG Bem Querer Mulher, programa criado com apoio da ONU Mulheres para combater a violência contra a mulher.
A ação contou com o apoio da atriz Mariana Ximenes. "Temos que tomar consciência do que somos. Podemos olhar e admirar o outro, mas nunca cobiçar e julgar. Como disse o [estilista] Dudu Bertholini, se você julga o outro, você se enxerga julgado. Vamos ter mais leveza nessa vida, mais liberdade."
A atriz defende uma beleza plural, com saúde, que respeite todos os corpos. "Como de tudo, faço exercício e sou saudável", disse Mariana. "Temos belezas de todas as formas. Não pode se aprisionar em uma só [forma]. Olha a [cantora] Preta Gil nas redes dela. E a capa com a Elza Soares, que estava deslumbrante? Sou aberta à diversidade."
Mariana se declara feminista e acredita que olhar para o cotidiano é o passo para que mudanças aconteçam e posicionamentos sejam tomados. "Precisamos olhar para o dia a dia com uma consciência do que não se pode falar mais. O conhecimento traz força. É tomar consciência mesmo, não aceitar mais algo que te desrespeite. Te incomodou? Bateu esquisito? Então é desrespeito", falou.
"As pessoas pensam que ser feminista é ser agressiva, não ter um jeito de se colocar. Tudo é questão de delicadeza, jeito. É olhar no olho e colocar suas ideias e questões", completou Mariana.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.