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Pai trans fez tratamento de US$ 30 mil para ter bebê; seguro não quer pagar

Seth, sua esposa e seu filho - Reprodução/Instagram
Seth, sua esposa e seu filho Imagem: Reprodução/Instagram

De Universa

19/11/2019 15h28

Seth é um homem transgênero que quis ter filhos com a sua companheira. Ele se submeteu a uma fertilização in vitro —extraindo seus óvulos para que possam ser fertilizados fora do corpo— com sua esposa carregando o bebê até o fim. O processo não foi nada barato. Seth arranjou um emprego para que o seguro cobrisse as despesas, porém a companhia afirmou que não vai pagar os US$ 30 mil, valor que o casal ainda está pagando.

Ele compartilhou sua experiência de parar de tomar testosterona para se submeter aos tratamentos de fertilidade, bem como a batalha com sua companhia de seguros para cobri-los, no primeiro episódio de Pregnish, um novo podcast com as histórias de pessoas que tiveram "caminhos não convencionais para a paternidade".

Seth começou a tomar testosterona aos 25 anos como parte da sua mudança de sexo. Mesmo que isso seja normal na jornada para aqueles que querem afirmar seu novo gênero, também pode pode tornar a pessoa incapaz de conceber filhos.

"Você apenas pesa tudo e chega a um ponto em que percebe que todos os custos possíveis valem a pena, porque só há uma maneira de avançar", disse Seth no podcast. "E esse definitivamente foi o meu caso. Mas fiquei profundamente triste por achar que estava perdendo minha oportunidade de ser uma mãe genética".

Ele afirmou que não achou que fosse encontrar uma parceira quando começou sua transição, mas anos depois se apaixonou por sua atual mulher.

"Eu sempre soube, desde muito jovem, que queria ser pai", disse Seth. "E eu tive essa ideia há muitos anos, onde eu pensava: 'Bem, você sabe, se eu tiver óvulos e eu sei que vou namorar com alguém que tenha útero, minha parceira poderia carregar meu bebê."

Para o tratamento, Seth deixou de tomar testosterona e disse que, durante esse ano, seu corpo foi afetado por não e começou a "retornar ao estado natural" em que estaria "sem medicação externa", mostrando sintomas como a menstruação.

"Foi absolutamente tão difícil quanto o ano que me levou à transição, que foi um dos períodos mais difíceis da minha vida", disse Seth. "E foi difícil porque eu estava tendo essa experiência, mas também por causa dessa briga com o seguro, que, no final das contas, negou a cobertura".

Ele disse que aceitou um emprego em Massachusetts (EUA) para garantir que seu seguro cobriria tratamentos de fertilidade, porque o estado determinou cobertura de infertilidade no seguro de saúde comercial.

Seth havia feito uma transição médica sob a supervisão de um médico, tornando-o infértil, e ele acreditava que, segundo a lei estadual, seu plano o cobria pela preservação da fertilidade.

O homem disse que ele e sua esposa apelavam para o departamento local de saúde e que toda vez que a família era informada de que esses tipos de tratamentos de preservação da fertilidade se aplicavam a pessoas com câncer.

Após uma longa batalha com sua companhia de seguros, Seth e sua esposa decidiram avançar com a fertilização in vitro e pagar a conta de US$ 30 mil.

Eles agora têm um filho saudável. "Eu vi isso como uma oportunidade para talvez ter um filho com minha esposa, e essa oportunidade tinha que ser suficiente", disse Seth. "Tivemos muita sorte."