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Conheça a técnica que Anitta usou para aprender a massagear testículos

Anitta fala abertamente sobre o curso que fez - Reprodução/Instagram
Anitta fala abertamente sobre o curso que fez Imagem: Reprodução/Instagram

Christiane Ferreira

Colaboração com Universa

04/09/2019 04h00

Recentemente, a cantora Anitta revelou que fez um curso para aprender a massagear as partes íntimas masculinas. Ela explicou que fez aulas de massagem tântrica, mas aplicada nos genitais. Revelou ainda que além do professor, contratou um modelo para que pudesse praticar.

A massagem tântrica é baseada no Tantra, uma filosofia que promove o desenvolvimento do ser humano física, mental e espiritualmente. "Antes de manusear os genitais, incentivamos o estímulo em todo o corpo. Infelizmente, as relações hoje em dia são voltadas apenas às partes íntimas. O prazer e orgasmo são associados à penetração. No entanto, todo nosso corpo é orgástico e por isso precisamos reeducá-lo para que seja desenvolvido nesse sentido", afirma a coach de relacionamento e sexualidade Bia Neppel, que juntamente com o marido, Cleyton Sales, ministra cursos de Tantra. Ambos se conheceram há cinco anos devido à insatisfação sexual.

"Eu estava solteira, mas não sentia prazer nas relações e achava o sexo mecânico, algo para satisfazer mais o homem do que a mulher. Cleyton buscou a massagem por curiosidade em conhecer os famosos orgasmos não ejaculatórios. Costumo dizer que o Tantra nos uniu", conta Bia.

Bia e Cleyton: cursos de Tantra como elemento de cura - Sayuri Irie/ Divulgação - Sayuri Irie/ Divulgação
Bia e Cleyton: cursos de Tantra como elemento de cura
Imagem: Sayuri Irie/ Divulgação

Juntamente com a estimulação do corpo e dos genitais, são usadas técnicas de respiração, contribuindo para aumento da sensibilidade e do prazer. Nos homens, assim como Anitta aprendeu, a massagem acontece no períneo, virilha, saco escrotal, pênis e, em alguns casos, na próstata. Conhecida como o "Ponto G" masculino, é uma zona altamente erógena que pode levar o homem a prazeres inimagináveis, segundo a coach.

Nas mulheres, a massagem acontece no períneo, virilha, lábios externos e internos, clitóris, entrada do canal vaginal e Ponto G. Além das mãos, é possível utilizar vibradores para estimular o clitóris, nas mulheres, e a glande, nos homens.

Como começar

Se você tem um parceiro, façam juntos: coloquem uma música sensual e, despidos, sentados na frente um do outro, respirem juntos e se conectem por meio do olhar. Permaneçam assim por cerca de cinco minutos. Na sequência, explorem todo o corpo um do outro, sem pressa, sem objetivo do orgasmo. Apenas se deliciem, descubram novos pontos erógenos. Usem géis à base de água ou óleos vegetais, como semente de uva, gergelim, girassol e coco.

O próximo passo é massagear os genitais — no Tantra, os nomes do pênis e da vulva em Sânscrito são Lingam e Yoni, respectivamente. "O estímulo das partes íntimas requer muita consciência. Começa leve e vai ganhando intensidade aos poucos. Embora muitos achem que é uma masturbação, nada tem a ver com os estímulos repetitivos e condicionantes que muitos homens, por exemplo, estão habituados. No Tantra, não existem 'atalhos' para o prazer e nem um objetivo final. O Tantra é o caminho do meio, ou seja, há infinitas formas e intensidades para que tanto o homem quanto a mulher descubram novas sensações e formas para potencializar e prolongar ainda mais o seu prazer", afirma Bia.

Bia e Cleyton: hoje eles dão aulas de Tantra - Ruzia Padilha/Divulgação - Ruzia Padilha/Divulgação
Bia e Cleyton: hoje eles dão aulas de Tantra
Imagem: Ruzia Padilha/Divulgação

Se você está sozinho ou sozinha, a brincadeira também vale. Toque conscientemente todo o seu corpo e movimente-o como uma dança muito sensual. Para as mulheres, vale pegar um espelho e explorar toda a vulva, desde os lábios até o clitóris. Utilize um óleo para se massagear, perceba como e aonde gosta de ser tocada.

"Aprendi o Tantra com um desconhecido"

Solteira, a mineira Dayane Vidal, 29 anos, fez um workshop de massagem tântrica vivencial de dois dias e aprendeu técnicas de massagem, respiração e meditação com um desconhecido. Porém, com orientação profissional. "Começamos com respirações vibracionais, aos poucos fomos tendo contato com o corpo um do outro por meio dos exercícios, meditação. O que toque em si veio depois de um longo processo. O Tantra trabalha o respeito com o corpo da outra pessoa, é uma cura espiritual, que nada tem a ver apenas com o sexo de uma forma pejorativa", explica.

Dayane Vidal fez curso sozinha e treinou com um desconhecido - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Dayane Vidal fez curso sozinha e treinou com um desconhecido
Imagem: Arquivo Pessoal

Ela conta que a massagem não se concentrou apenas nos genitais. Ou seja, o segredo é manusear o corpo todo. "A gente não consegue entender até que ponto nosso corpo é orgástico até experimentar." Durante aplicação da técnica, são trabalhados os chakras — centros de energia que representam o corpo físico, emocional, mental e energético —, divididos em coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, plexo solar, sacro e básico.

Para Dayane, o Tantra também pode ajudar a destravar determinados traumas, como abuso, assédio, que muitas vezes ficam guardados no inconsciente. "É um processo espiritual. Descobri sensações novas e partes do meu corpo até então desconhecidas. Também lembrei de coisas que me travavam no sexo."

Durante o workshop, realizado em local apropriado, antes mesmo de manusear o corpo de um estranho ou do seu parceiro, os participantes treinam em pênis e vulvas de borrachas, apelidados carinhosamente de Romeu e Julieta. Nus, o casal de professores realiza a massagem um no outro, explicando de forma real. Quando os alunos partem para as massagens corporais já estão mais à vontade e familiarizados com as técnicas do Tantra.

"É um processo de autoconhecimento acima de tudo, pois nós mulheres fomos ensinadas a não nos tocarmos, porque era errado ou nojento. No Tantra, eu tateava meu parceiro com amor e consciência, algo como 'eu sou o instrumento para você se curar'. No sexo, temos o péssimo hábito de pensar apenas em nós mesmos", afirma Dayane.