Feriado vendo série? Feministas indicam 15 tramas de mulheres pra maratonar
Convidamos cinco mulheres para sugerir tramas que retratam o feminino na telinha. Valem desde estreias até séries que já contam com várias temporadas e ainda estão no ar.
As feministas consultadas para a lista foram: Stephani Ribeiro, escritora e colunista da "Marie Claire"; Renata Corrêa, redatora do programa "Tá No Ar" e apresentadora do canal do Youtube "Como Não Ser Um Machista Babaca"; a artista plástica Andrea Tolaini, que explora temas da feminilidade em suas obras; a jornalista Carol Patrocínio, co-fundadora da plataforma Comum.VC; e a fotógrafa Mariana Ser, autora do projeto fotográfico "As Mulheres Que Eu Gostaria De Ser".
Confira as séries:
1) "Killing Eve" (1ª temporada)
Stephanie Ribeiro: "Estava numa onda de tramas investigativas e assisti 'Sherlock' e 'Hannibal'... Fiquei apaixonada por 'Hannibal', por isso comecei 'Killing Eve', que tem uma onda parecida. A série traz duas mulheres protagonistas. Eve (Sandra Oh, de "Grey's Anatomy") é agente do serviço secreto britânico e Villanelle (Jodie Commer), uma psicopata sanguinária. Elas possuem uma relação muito parecida com o que acontecia em 'Hannibal'".
Onde assistir? Produzida pela BBC, ainda não tem data de estreia em solo brasileiro.
2) "Dietland" (1ª temporada)
Renata Corrêa: "É uma série original da Amazon, que tem uma protagonista gorda chamada Plum (Ameixa). Logo nos primeiros segundos da série, ela fala o porquê desse apelido. A série é uma trajetória não só de autoaceitação, que é comum em protagonistas de minorias, mas também uma trajetória de entender que o problema não está no indivíduo, mas no sistema, em algo maior. É muito interessante nesse sentido. Um dos aspectos divertidos é que tem um grupo terrorista feminista chamado Jennifer, que persegue e mata abusadores e estupradores de mulheres. É uma catarse bem interessante".
Onde assistir? Amazon Prime.
3) "Crazy Ex-Girlfriend" (4ª temporada)
Carol Patrocínio: "É uma série sobre os limites que mulheres chegam porque acreditam que precisam do amor romântico. Ela começa falando daquelas coisas levinhas que todo mundo já fez -- tipo encontrar um crush 'sem querer' --, mas depois vai indo por caminhos que faz a gente notar que pode ser que a gente precise de ajuda. A terceira temporada é incrível".
Onde assistir? Netflix, até a 3ª temporada.
4) "The Handmaid's Tale - O Conto da Aia" (2ª temporada)
Mariana Ser: "Baseada no livro homônimo da escritora Margareth Atwood, a série que fez sucesso na estreia, em 2017, conseguiu ter uma continuação ainda mais forte que a 1ª temporada. Na história, religiosos fanáticos detêm o poder do país (a República de Gil, ex-EUA) e desenvolvem um sistema em que as mulheres não têm direito civil. As férteis são convertidas em aias e violentadas para engravidarem. A triste constatação em alguns momentos é compreender que não estamos tão distantes disso em nossas vidas cotidianas".
Onde assistir? Paramount Channel.
5) Wild Wild Country (Única temporada)
Andrea Tolani: "Gostei muito desta série documental por desmistificar o universo em torno do guia espiritual Osho. É superenvolvente, todas as cenas são reais e a narrativa, muito bem montada. É difícil não ficar extremamente impactada e envolvida. Principalmente para quem já leu ou de alguma forma seguiu os ensinamentos do Osho. Devorei a série em 3 dias. Para quem assistiu ou vai assistir: Eu sou mais a Sheela!"
Onde assistir? Netflix.
6) "Sharp Objects" (Única temporada)
Renata Corrêa: "É uma narrativa clássica de investigação, com serial killer, meninas mortas e a gente não acompanha o investigador. acompanhamos uma jornalista interpretada pela Amy Adams (Camille Preaker), que é uma mulher com alcoolismo, que sofreu um trauma no passado e tem um distúrbio psicológico que a faz se cortar, se mutilar, por isso o nome. O que me interessa nessa série, além do clima sombrio, é a relação entre a protagonista, a mãe da protagonista e a irmã mais nova da protagonista. E também a metáfora interessante e perturbadora de que as pessoas sabem os horrores que acontecem com as mulheres e só não querem falar sobre isso.
Onde assistir? HBO.
7) "Grey's Anatomy" (14ª temporada)
Stephanie Ribeiro: "Eu vejo muito 'Grey's'. Acho que a série não envelhece e tem uma sacada incrível em mostrar personagens negros com naturalidade sem soar forçado. É a minha preferida, inclusive comprei o livro da Shonda Rhimes (criadora e produtora executiva) só porque amo a série"
Onde assistir? Netflix.
8) "Jessica Jones" (2ª temporada)
Mariana Ser: "A história vem dos quadrinhos da Marvel. Jessica (Krysten Ritter) é uma super heroína, geneticamente modificada. Na 1ª temporada, ela é influenciada mentalmente por seu inimigo, fazendo com que ela perca sua referência do que é real e do que é imaginário e cometa crimes. A série faz uma boa analogia aos relacionamentos abusivos. Na 2ª temporada, ela cava mais fundo em seu passado. Penso que seja para um público mais jovem, mas eu gosto e recomendo".
Onde assistir? Netflix.
9) "Insecure" (3ª temporada)
Carol Patrocínio: "É uma das minhas séries favoritas da vida! Fala sobre aquele momento em que você não sabe pra onde ir, o que fazer, que passo dar e morre de medo de se arrepender. E aí você quebra a cara, mas segue em frente porque é o que podemos fazer. Ela ainda fala sobre amizade entre mulheres, que é uma coisa que a gente, como sociedade, ainda tem muito que trabalhar, e sobre racismo. É cada tapa na cara..."
Onde assistir? HBO.
10) "Dear White People" (2ª temporada)
Mariana Ser: "A trama acontece numa universidade nos EUA, onde a protagonista, Samantha White (Logan Browning) se posiciona contra o racismo e os preconceitos cotidianos. Ela resolve começar a falar tudo o que sente num programa de rádio. A série mostra também um núcleo de estudantes negros que se posiciona contra os estereótipos racistas impostos pelos alunos brancos. O olhar de uma protagonista negra me representa muito. Espero que existam mais séries assim".
Onde assistir? Netflix.
11) "Good Girls" (1ª temporada)
Renata Corrêa: "É uma série protagonizada por Christina Hendricks, Mae Whitman e Retta. Elas fazem esse trio de protagonistas que precisam de dinheiro, cada uma por um motivo, e resolvem assaltar um mercado em que uma delas trabalha. Só que a quantia roubada é muito maior do que teria no mercado, então elas descobrem que o lugar era usado como lavagem de dinheiro e acabam se envolvendo no mundo do crime. É uma espécie de 'Breaking Bad' às avessas. Muito divertido, com muita reviravolta e gancho no final do episódio. Quem aprecia narrativas de ação vai gostar muito dessa série. O aspecto feminino também é muito interessante porque, antes de entrarem para o mundo do crime, todas cumpriam papéis que eram estabelecidos para elas, como de esposas, mães, etc. No momento em que ficam no limite ético e criminoso, conseguimos ver seus verdadeiros talentos, motivações e o que as afogava dentro dos nossos papéis de gênero. E é muito divertida, dá pra ver numa sentada só".
Onde assistir? Netflix.
12) "She's Gotta Have It / Ela Quer Tudo" (2ª temporada)
Mariana Ser: "Essa série maravilhosa veio de um filme dirigido por Spike Lee nos anos 80. Narra a história de Nola Darling, uma pintora e artista negra que conta suas peripécias de amor. Ela é adepta do amor livre e se relaciona com três homens ao mesmo tempo. Eles sabem disso e respeitam seu espaço, convivendo com a situação em harmonia. Trata da questão racial, de classe e a arte está sempre presente nos contextos apresentados. Essa é uma das minhas séries preferidas".
Onde assistir? Netflix.
13) "Glow" (2ª temporada)
Andrea Tolani: "É uma série leve que mistura drama e comédia. A protagonista (Ruth) é uma atriz desempregada, com dificuldades de relacionamento e questões de uma artista, autônoma, com seus 30 anos. Me identifiquei em vários momentos com a busca dela para superar as dificuldades, sendo mulher artista e toda atrapalhada. Me diverti demais com a Ruth e gostei das características de cada personagem da história. Principalmente, a maneira que, com suas diferenças, elas acabam se aceitando, apoiando umas as outras e se unindo por meio da Luta Livre".
Onde assistir? Netflix
14) "Queer Eye" (2ª temporada)
Carol Patrocínio: "A série em formato de reality show que aborda uma transformação na vida das pessoas tem diversos pontos de atenção. Rola gordofobia e é bastante heteronormativa, apesar de gay. Porém faz com que a gente tenha um outro olhar sobre masculinidade, sobre as amarras que prendem os homens nesse ciclo tóxico e nos ajuda a olhar para tudo isso com mais generosidade".
Onde assistir? Netflix
15) "Orange Is The New Black" (6ª temporada)
Mariana Ser: "Com humor e sensibilidade, a série conta a história do sistema carcerário feminino nos EUA, por meio do ponto de vista da protagonista patricinha, Piper. Ela é o modelo padrão socialmente aceitável e de repente precisa se adaptar a nova condição de vida. Já está na 6 temporada e as novidades não param de me surpreender".
Onde assistir? Netflix
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