Quer evitar parto no carro? Saiba a hora certa da grávida ir à maternidade

Na última quinta-feira (15), um casal de Santos (SP) foi surpreendido com o “parto a jato” de sua terceira filha: Mellany não quis esperar seus pais chegarem à maternidade. Letícia Costa de Jesus, 27, acabou dando à luz dentro do carro da família, em frente a um ponto de ônibus.
Segundo Letícia e Xalaco França Menezes, seu marido, a bolsa amniótica estourou às 12h10 e a criança nasceu cerca de meia hora depois, às 12h45. O pai que auxiliou no parto chegou a ser chamado de herói nas redes sociais, mas, para o médico obstetra Élvio Floresti, a protagonista do parto é a mãe. "O único trabalho que esse marido teve foi por a mão embaixo, para segurar a criança".
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Mas como saber qual é a hora certa de ir rumo à maternidade, para não ter um parto no trânsito? E como agir se o parto tiver que ser no meio da rua?
O médico explica que o corpo da mulher vai enviando os sinais de que o parto está próximo e, por isso, o acompanhamento pré-natal adequado é tão importante. "No final da gestação, é recomendado que a mulher passe por consulta toda semana. Assim, você avalia se ela está tendo ou não dilatação do colo do útero”.
Na fase final da gravidez, o colo do útero vai se afinando e depois ele dilata, para que o bebê possa passar, após atingir os 10cm. Floresti explica que essa dilatação acontece de forma mais rápida quando a mulher já teve outros partos normais anteriormente. No primeiro filho, no entanto, o esperado é que o colo dilate 1cm a cada hora, a partir do início do trabalho de parto. "Nesses casos, há tempo de sobra de ir para o hospital", afirma.
Mas, mesmo no primeiro filho, existem exceções, conta o médico. "Já tive paciente que sempre pedia cesárea, mas, no final da gravidez, ela chegou ao consultório e já estava com 5cm ou 6cm de dilatação e sem dor nenhuma. Orientei que ela fosse ao hospital rapidinho. Foi um parto tranquilo, bem rápido e bem natural. Imagina: quem já teve um parto bem fácil no primeiro filho, no próximo vai ter um do tipo 'se espirrar, sai'. Por isso essa mulher precisa de acompanhamento médico", relata Floresti.
É hora de ir
Quando a mulher entra em trabalho de parto ativo, o momento do bebê nascer está próximo. "Se, em menos de 10 minutos, ela sentir três contrações fortes, do tipo que endurece a barriga e dura cerca de 1 minuto cada, é hora de ir para hospital", indica o obstetra. "Se isso for constante e a dor não melhorar com analgésico, é um trabalho de parto. Uma vez iniciado o trabalho de parto, ele não para", explica.
A ruptura da bolsa na maioria das vezes acontece durante o trabalho de parto, mas ela também pode ocorrer de forma prematura, com 37 semanas, por exemplo, comenta o médico. "Ela pode não estar em trabalho de parto, mas, ao romper a bolsa, essa perda de líquido diminui o tamanho do útero e isso estimula que ela entre em trabalho de parto dali a algumas horas", afirma.
Não deu tempo de chegar ao hospital: e agora?
Quem quer ajudar uma mulher em trabalho de parto precisa apenas não entrar em desespero, orienta Floresti.
"Nós não somos diferentes dos animais. A pessoa que acompanha pode apenas esperar, porque é a natureza da mulher parir, não é uma coisa que ela precisa aprender. Você só precisa pegar na mão da mulher e deixar ela calma. Você pode falar 'estou aqui com você e vou te ajudar’, mas na realidade você não vai fazer nada. Sempre deixo claro que a função do médico é de acompanhar a mulher. Quem faz o parto é ela. Eu estou lá se surgir alguma complicação", diz Floresti.
Num parto no meio da rua, a única tarefa que o acompanhante deve se preocupar é em amparar o bebê quando ele sai, explica o obstetra. "A pessoa só precisa mesmo segurar o neném, para ele não cair. Mesmo que suas mãos não estejam esterilizadas, fique tranquilo. Limpe a mão como for possível, porque o nenê já vai sair num ambiente que não é estéril. Se não tiver nada para cortar o cordão umbilical, é só esperar alguns minutos, que a placenta vai sair. A mulher vai expulsar essa placenta sem que essa pessoa faça nada. Depois só espere os médicos ou enfermeiros que vão chegar para cuidar da mulher e cortar o cordão", revela o médico.
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