Ciência não comprova benefícios da ingestão de placenta
Algumas pessoas acreditam que consumir placenta humana –crua, cozida, seca, convertida em pó ou em cápsulas– traz benefícios à saúde.Todavia, a análise de alguns estudos que tratam do assunto não levou a evidências sobre os benefícios dessa prática.
A ingestão de placenta tem sido recomendada para reduzir dores, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o relacionamento entre mãe e filho, acelerar a recuperação do útero, prevenir a depressão pós-parto e os distúrbios do sono e menstruais.
No artigo do periódico "Archives of Women’s Mental Health", os pesquisadores analisaram dez estudos: quatro realizados com seres humanos e seis com animais. Um deles examina a afirmação de que o consumo de placenta em cápsulas é benéfico para a lactação. Entretanto, como tal estudo não seguiu os padrões científicos da atualidade, não foi possível obter conclusões a partir dele. Nenhuma das pesquisas avaliadas reúne evidências sobre a eficácia da placenta para o alívio da dor. Também não há experimentos randomizados e controlados por placebos sobre o consumo do órgão.
Por outro lado, não se tem conhecimento de efeitos colaterais decorrentes de seu consumo. Todavia, o órgão não é estéril e diversos estudos descobriram contaminação por bactérias, bem como por selênio, cádmio, mercúrio e chumbo.
"Essa prática não é regularizada e seus riscos e benefícios não foram identificados por pesquisa baseada em evidências", afirmou Crystal T. Clark, professora adjunta de psiquiatria da Universidade Northwestern.
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