Irã prende quase 30 mulheres em protesto contra véu
A polícia do Irã prendeu 29 mulheres que haviam tirado o véu em protesto contra a obrigatoriedade do uso do hijab, indumentária islâmica que cobre o pescoço e os cabelos.
Segundo a agência pró-governo "Tasnim", as manifestantes participavam de um movimento conhecido como "quarta-feira branca", em referência à cor de seus véus.
No Irã, as mulheres que saem na rua sem a vestimenta arriscam penas de até dois meses de cadeia. A onda de protestos começou no fim de dezembro, quando uma ativista de 31 anos, Vida Movahed, subiu em um pedestal em uma rua lotada de Teerã, arrancou o véu e o hasteou em um bastão.
A foto correu o mundo e virou símbolo dos protestos contra a corrupção, o desemprego e a pobreza no país, embora o ato de Movahed tivesse como objetivo questionar a obrigatoriedade do hijab.
A ativista ficou presa por cerca de um mês e corre o risco de ser denunciada. Sua atitude deu origem ao movimento "Garotas da Rua Enghelab", onde Movahed despontou para o mundo. Além disso, o nome da via significa "revolução".
O uso do véu é obrigatório no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, e os crescentes protestos contra essa regra vêm sendo reprimidos pelo governo. O procurador Mohammad Jafar Montazer chegou a dizer que a crítica ao hijab é "fruto da ignorância", pois quem acredita no Islã sabe que seu uso é "obrigatório".
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