Médica é investigada nos EUA após aborto de menina de 10 anos
Autoridades de Indiana estão investigando a ginecologista que realizou um aborto em uma menina de 10 anos que havia sido estuprada, um caso crítico após a decisão da Suprema Corte dos EUA de anular o direito federal de interromper uma gravidez.
No início do mês, a doutora Caitlin Bernard declarou para vários veículos de imprensa que recebeu a menina em Indianápolis após ser contatada por um colega de Ohio.
Uma lei que proíbe o aborto após a sexta semana, sem exceções para estupro ou incesto, entrou em vigor em Ohio no mês passado, depois que a Suprema Corte revogou a proteção constitucional para o direito de interromper uma gravidez.
A menina, que foi estuprada em maio por um imigrante irregular guatemalteco, detido na terça-feira, excedeu esse prazo e teve que ir para Indiana, onde os abortos são legais até 21 semanas de gravidez.
Mas as autoridades estatais, em sua maioria republicanas, se opõem ao direito ao aborto e consideram proibi-lo.
O procurador-geral do estado, Todd Rokita, criticou Bernard na noite de quarta-feira, acusando-a de não relatar o caso da menina às autoridades, conforme exigido pela lei.
"Temos essa ativista a favor do aborto atuando como médica com histórico de não notificar" os casos em que é obrigada a fazê-lo, declarou Rokita ao canal Fox News.
"Então, estamos reunindo informações, provas e vamos lutar até o final", acrescentou, além de ameaçar cassar sua "licença" profissional caso não denuncie.
O presidente democrata Joe Biden citou este trágico caso para denunciar a decisão da Suprema Corte.
"Dez anos! Estuprada, grávida de seis semanas, traumatizada e agora obrigada a ir para outro estado", exclamou durante uma cerimônia na última sexta-feira.
Até que o suspeito fosse preso, a imprensa conservadora e várias autoridades de Ohio questionavam se a história era verdadeira.
Agora, opositores ao aborto acusam os defensores deste direito de "usar" a menina para promover sua causa e culpam a política migratória de Biden pela tragédia, uma vez que o agressor é um imigrante que entrou ilegalmente no país.
"Esta situação horrível foi causada por marxistas, socialistas e aqueles da Casa Branca que advogam por uma fronteira sem lei", afirmou Rokita.
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