Topo

Estudo aponta que nascimentos de gêmeos dobram em países desenvolvidos

Em 40 anos, a taxa de natalidade de gêmeos dobrou nos países desenvolvidos  - Getty Images
Em 40 anos, a taxa de natalidade de gêmeos dobrou nos países desenvolvidos Imagem: Getty Images

12/02/2016 11h53

Paris, 12 Fev 2016 (AFP) - A taxa de natalidade de gêmeos quase dobrou nos países desenvolvidos em quarenta anos por causa do adiamento da gravidez e da reprodução assistida, um aumento preocupante, já que esses bebês são mais frágeis - é o que mostra um estudo divulgado na última segunda-feira.

"Revisamos todas as estatísticas vitais de países com quadros detalhados para os nascimentos distinguindo os nascimentos múltiplos (gêmeos, trigêmeos, etc.) de 1970 a 2013, 2013 e 2014, segundo os países, explicou à AFP Gilles Pison, professor do Museu de História Nacional e pesquisador do Ined (Instituto Nacional de Estudos Demográficos) da França.

Após 35 anos, as poliovulações são frequentes nas mulheres. Paralelamente, cada vez mais casais recorrem à reprodução assistida.

Pison e seus colegas holandeses Christiaan Monden (Universidade de Oxford) e Jeroen Smits (Nimègue, Holanda) constataram que o efeito do uso da técnica é, em média, três vezes maior do que o do adiamento da maternidade neste "boom de gêmeos", na base de dados de 32 países, a maioria europeus, mas também a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos, a Nova Zelândia.

"No entanto, esta média abrange uma grande diversidade de situações", ressaltou Pison.

No Japão, o efeito da reprodução assistida é dez vezes mais importante do que a maternidade tardia. Na Polônia, onde a técnica é ainda pouco desenvolvida, interfere em apenas um terço dos nascimentos gemelares. Na Hungria e na Nova Zelândia, o efeito das maternidades tardias e da reprodução assistida são equivalentes.

Os pesquisadores também questionaram se este boom de gêmeos iria continuar.

"Em um de cada quatro países, as taxas de gêmeos pararam de crescer. Constatamos que há um platô [estabilização], seguido de uma queda", detalhou Pison. No entanto, em três dos quatro países, esse número continua a aumentar, como na França, nos Estados Unidos e no Reino Unido.

"Não sabemos se esse aumento vai continuar, mas ele é cada vez mais percebido como uma questão de saúde pública", ressaltou o pesquisador. Isso porque as gestações de gêmeos tendem a ser de maior risco para problemas como diabetes gestacional e depressão pós-parto.

Os partos são muitas vezes adiantados e os gêmeos nascem, frequentemente, prematuros com taxas de mortalidade infantil mais elevadas.

Diante destes riscos, a prática recomenda a implantação de apenas um embrião.

Este estudo foi publicado na revista  científica "População e Desenvolvimento".