Indústria da moda sofre com boicote a premiações de cinema
NOVA YORK, 17 Jan 2008 (AFP) - Cortejada pelos estilistas e mimada pelos agentes, a imprensa americana da moda é considerada muito poderosa num universo onde os famosos têm a última palavra e onde um vestido fotografado na cerimônia do Oscar, por exemplo, conta mais que uma coleção bem sucedida.
O cancelamento da cerimônia do Globo de Ouro por causa da greve dos roteiristas representou um revés para a indústria da moda, que já sofre com a queda de vendas constata pelos distribuidores nos Estados Unidos.
E como o Globo de Ouro é a prévia do Oscar, a imprensa especializada, que difunde as imagens das estrelas vestidas por uma Vera Wang ou um Oscar de la Renta começa a se preocupar.
"Hollywood e a indústria da moda tremem", escreveu o influente Woman's Wear Daily (WWD), um fenômeno editorial que há décadas é lido por milhões de mulheres e, principalmente, pelos profissionais em busca das últimas informações sobre fusões de empresas, transferências de figuras talentosas ou o lançamento de um perfume.
"É terrível que esse acontecimento tenha sido cancelado de último momento porque havíamos preparado vestidos fabulosos para várias clientes", explica a estilista Alice Temperley.
Vanessa Sewart, da maison Azzaro, que, no ano passado, vestiu a atriz Kate Winslet para os Globos de Ouro, insiste: "Para nós, esses eventos são muito importantes porque nos especializamos nos vestidos destinados ao 'tapete vermelho'".
"A indústria se apóia nos famosos porque eles ditam o mercado publicitário", afirmou, em uma entrevista à AFP, Eric Hertz, diretor-geral do Instituto da Moda de Nova York (FIT).
"O verdadeiro crítico de moda está desaparecendo", acrescentou. "O New York Times é um fenômeno excepcional entre os jornais, com uma equipe especializada", admite.
A chefe de redação da revista Vogue americana, Anna Wintour, imortalizada nas telas por Meryl Streep em "O Diabo Veste Prada", é outro exemplo de exceção, um verdadeiro mito do setor. "A Vogue é muito poderosa", afirma Eric Hertz.
"Os profissionais querem que os famosos usem suas bolsas e sapatos. A mídia carece de influência própria nos Estados Unidos, e as redatoras de moda não tomam a iniciativa de criticar", afirma, por sua parte, Jessica Siegel, professora da Universidade de Columbia, escritora e jornalista. "As cerimônias como o Globo de Ouro ou o Oscar marcam a tendência e a mídia a segue", afirmou.
Anna Wintour conseguiu há alguns meses convencer os desenhistas de Milão a concentar seus desfiles em apenas quatro dias, convertendo a semana de moda num desfile frenético.
Wintour escreveu uma carta aos modistas italianos: "Toda a equipe da Vogue Estados Unidos agradece a vocês pelo calendário desta semana. Pudemos reduzir ao mínimo nossa estada (em Milão) e isso foi útil pela fragilidade do dólar. Esperamos que o calendário milanês conserve essa modalidade no futuro."
Esse poder Wintour divide com Richard Blackwell, um estilista octogenário e aposentado, que, todos os anos, publica uma lista "dos famosos mais mal vestidos do ano" que repercute por toda a imprensa.
A vencedora de 2007 nessa malfada categoria, Victoria Beckham, é uma fanática pelas "semanas da moda".
O cancelamento da cerimônia do Globo de Ouro por causa da greve dos roteiristas representou um revés para a indústria da moda, que já sofre com a queda de vendas constata pelos distribuidores nos Estados Unidos.
E como o Globo de Ouro é a prévia do Oscar, a imprensa especializada, que difunde as imagens das estrelas vestidas por uma Vera Wang ou um Oscar de la Renta começa a se preocupar.
"Hollywood e a indústria da moda tremem", escreveu o influente Woman's Wear Daily (WWD), um fenômeno editorial que há décadas é lido por milhões de mulheres e, principalmente, pelos profissionais em busca das últimas informações sobre fusões de empresas, transferências de figuras talentosas ou o lançamento de um perfume.
"É terrível que esse acontecimento tenha sido cancelado de último momento porque havíamos preparado vestidos fabulosos para várias clientes", explica a estilista Alice Temperley.
Vanessa Sewart, da maison Azzaro, que, no ano passado, vestiu a atriz Kate Winslet para os Globos de Ouro, insiste: "Para nós, esses eventos são muito importantes porque nos especializamos nos vestidos destinados ao 'tapete vermelho'".
"A indústria se apóia nos famosos porque eles ditam o mercado publicitário", afirmou, em uma entrevista à AFP, Eric Hertz, diretor-geral do Instituto da Moda de Nova York (FIT).
"O verdadeiro crítico de moda está desaparecendo", acrescentou. "O New York Times é um fenômeno excepcional entre os jornais, com uma equipe especializada", admite.
A chefe de redação da revista Vogue americana, Anna Wintour, imortalizada nas telas por Meryl Streep em "O Diabo Veste Prada", é outro exemplo de exceção, um verdadeiro mito do setor. "A Vogue é muito poderosa", afirma Eric Hertz.
"Os profissionais querem que os famosos usem suas bolsas e sapatos. A mídia carece de influência própria nos Estados Unidos, e as redatoras de moda não tomam a iniciativa de criticar", afirma, por sua parte, Jessica Siegel, professora da Universidade de Columbia, escritora e jornalista. "As cerimônias como o Globo de Ouro ou o Oscar marcam a tendência e a mídia a segue", afirmou.
Anna Wintour conseguiu há alguns meses convencer os desenhistas de Milão a concentar seus desfiles em apenas quatro dias, convertendo a semana de moda num desfile frenético.
Wintour escreveu uma carta aos modistas italianos: "Toda a equipe da Vogue Estados Unidos agradece a vocês pelo calendário desta semana. Pudemos reduzir ao mínimo nossa estada (em Milão) e isso foi útil pela fragilidade do dólar. Esperamos que o calendário milanês conserve essa modalidade no futuro."
Esse poder Wintour divide com Richard Blackwell, um estilista octogenário e aposentado, que, todos os anos, publica uma lista "dos famosos mais mal vestidos do ano" que repercute por toda a imprensa.
A vencedora de 2007 nessa malfada categoria, Victoria Beckham, é uma fanática pelas "semanas da moda".
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