6 motivos pelos quais grávidas precisam ter prioridade em ônibus e filas
Quem nunca presenciou a cena de alguém que fingiu dormir no ônibus para não ceder o lugar a uma grávida? Há quem justifique a falta de educação dizendo que “gravidez não é doença”. Embora esta seja uma verdade, a gestante deve, sim, ter o direito de passar na frente em filas de bancos e supermercados, assim como precisa ter prioridade para se sentar no transporte público.
“Apesar de não estarem doentes, as grávidas estão em uma situação especial por conta das modificações que acontecem no corpo durante a gestação”, diz o ginecologista Francis Helber do HCor (Hospital do Coração), de São Paulo. Segundo o ginecologista e obstetra Kleber Cassius Rodrigues, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, também na capital paulista, as grávidas também devem ter direito a poltronas e filas preferenciais devido ao desgaste físico causado pela gestação. “Não é apenas o peso que aumenta, mas há toda uma alteração osteoarticular e vascular que acarreta uma sobrecarga”, afirma.
Veja quais são os principais motivos para que as futuras mamães tenham direito ao atendimento preferencial:
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Falta de equilíbrio
Para Helber, o ganho de peso excessivo em pouco tempo está entre as transformações que deixam as gestantes mais desconfortáveis. O aumento começa a ocorrer a partir da segunda metade da gravidez, com mais ênfase no último trimestre. "Por causa desse ganho de peso, e também pela sua distribuição mais na região abdominal, o centro de massa da mulher muda. Com isso, a forma como ela anda e fica em pé e parada se modifica", diz. As alterações mais evidentes são na forma de andar: com os pés mais afastados um do outro e abertos. "Por causa dessas adaptações repentinas, o risco de queda aumenta ao caminhar. Além disso, a dificuldade de permanecer em pé, em equilíbrio correto, também pode levar a traumas para a mãe e o bebê", afirma o ginecologista do HCor.
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Dores nas costas
Segundo o ginecologista Reynaldo Augusto Machado Junior, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de dificultar o equilíbrio, o peso mais elevado e o aumento do abdome aumentam a possibilidade de a gestante sofrer com dor lombar. "O problema se acentua principalmente na 20ª semana, que é quando todos percebem que a mulher está grávida", afirma.
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Risco de traumas
Quem anda de transporte público bem sabe que, em horários de pico, é comum que as pessoas fiquem espremidas dentro do veículo. "As pessoas empurram no metrô e no ônibus, e a gestante precisa evitar traumas", diz Machado Junior. De acordo com ele, como durante a gravidez há maior produção de hormônios, principalmente de progesterona, as articulações ficam embebidas por líquidos e são mais suscetíveis a traumas, o que justifica evitar que a mulher fique muito tempo em pé. "Isso já acontece logo no início da gravidez. Mas, quanto mais pronunciada a gestação, pior, acentuando-se no quinto mês", afirma o ginecologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
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Pressão baixa e hipoglicemia
Nos primeiros seis meses, é comum que a grávida se sinta mal e desmaie. Isso porque, nesse período, a pressão tende a ficar mais baixa, assim como o nível de glicose. "Se a grávida fica sem comer por duas horas, a glicose já chega a um nível como se estivesse em jejum, e, com isso, ela passa mal", diz Machado Junior. Segundo ele, nas primeiras 26 semanas de gestação, a tendência a ter hipoglicemia é maior. Já a pressão, que costuma ficar mais baixa na gravidez, normaliza-se apenas na 28ª semana.
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Circulação do corpo alterada
Rodrigues ressalta que o volume de sangue que circula no corpo da mulher aumenta durante a gestação. De acordo com Helber, mesmo durante o desenvolvimento de uma gravidez normal, a circulação sanguínea pode ficar mais devagar, por conta da ação hormonal e do ganho de peso. Por isso, durante o último trimestre de gravidez, o ideal é mudar constantemente de posição. Segundo Rodrigues, ficar muito tempo em pé provoca um acúmulo de líquidos nos membros inferiores, o que pode causar dor e aquela sensação de pernas pesadas.
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Fator emocional
Além da sobrecarga na lombar, do acúmulo de líquidos nos membros inferiores e nas articulações e da maior chance de ter uma sensação de desmaio, há outra transformação importante na gravidez que justifica o direito de assentos e filas preferenciais: a instabilidade emocional. Por conta das alterações hormonais, a gestante se irrita e chora mais facilmente, por isso é melhor evitar situações de estresse, como filas. "Essa série de alterações que acontecem no corpo da gestante, associada ao fator emocional, justifica o direito da gestante de ter atendimento preferencial", afirma o ginecologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
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