Quer discutir nas redes sociais sem perder amigos? Saiba como em 10 dicas
Vegetarianos indo à forra com a atual angústia dos amantes da boa carne, ativistas negras questionando o uso do turbante por brancas, o embate agressivo entre "coxinhas" e "petralhas". Hoje não há assunto que escape do debate nas redes sociais. O problema é quando a diferença de pontos de vista vira bate-boca e aí, a única saída para manter a boa convivência na vida real, é bloquear no Facebook aquele amigo, parente ou colega de trabalho que pensa diferente de você.
"A maioria das discussões online acaba se tornando uma briga de ego", explica a coach Fernanda Dutra, especialista em recursos humanos. Ao invés transmitir e ouvir ideias, esses debates se restringem a disputas para ver quem fica com a palavra final. "Para isso, as pessoas recorrem a padrões de ataque e defesa que podem ser violentos com quem lê", completa.
Mas, acredite, é possível discutir e discordar sem brigar. Uma técnica conhecida como Comunicação Não Violenta (CNV) promete ser o caminho para isso. "Divergências fazem parte de qualquer relação. A questão é como lidamos com elas", explica o consultor inglês Dominic Barter, pesquisador de CNV. A ideia central do método é que temos a capacidade de colaborar, se entender e lidar com conflitos de maneira empática, sem partir para a agressão.
O conceito da CNV foi criado na década de 60 pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg. Desde então, tem ganhado adeptos mundo afora -- no Brasil, o Ministério Público dá cursos sobre o tema para a solução de casos nos tribunais.
Atualmente, a CNV está também conquistando espaço em empresas, para evitar brigas entre funcionários. Na vida a dois, casais também têm feito cursos da técnica para evitar brigas na relação. E para os debates nas redes sociais, a comunicação não violenta pode também ser muito útil.
Com ajuda dos especialistas e do livro de Rosenberg, chamado "Comunicação Não Violenta", reunimos as dez principais dicas que podem ajudar você a defender suas ideias nos debates virtuais sem brigar com ninguém. Confira:
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Sempre se certifique que você entendeu o ponto de vista alheio
Quando lemos um "textão", daqueles bem opinativos, no Facebook, presumimos que entendemos a mensagem e, com base nisso, respondemos. "No entanto, muitas vezes é possível que não tenhamos entendido direito", afirma Dominic Barter. O especiluista defende que a internet torna ainda mais difícil compreender as nuances da fala. Por isso, sua sugestão é sempre reler e perguntar diretamente à pessoa se era aquilo mesmo que ela quis dizer.
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Encontre valores em comum
Você e a pessoa com quem discute foram criados na mesma sociedade e compartilham alguns valores. Para que a discussão não saia dos trilhos, busque quais são eles e destaque isso. No debate sobre política, por exemplo, pode ser que as duas pessoas valorizem a justiça, mas discordem das maneiras de chegar a ela. Entendendo isso, você vai poder escolher falas que enalteçam os valores em comum, o que vai tornar o diálogo mais produtivo.
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Se coloque no lugar do outro
Para a CNV, a empatia é a chave para o diálogo. "Para se colocar no lugar do outro, é preciso haver conexão. você precisa ouvir e entender as necessidades daquela pessoa?, afirma Fernanda. Assim, mesmo que discorde, você não vai agredir o outro e vai conseguir encontrar formas positivas de levar a conversa.
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Se a pessoa estiver nervosa, acalme-a
E isso não quer dizer pedir para a pessoa se acalmar. O caminho, segundo Fernanda, é deixar claro à pessoa que ela está sendo ouvida. Demonstre interesse e deixe claro que está entendendo o que é dito, para só depois discordar.
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Não julgue
"Quando julgamos alguém, reforçamos a postura defensiva e a resistência nas pessoas", explica Rosenberg em seu livro. Se você julga que uma pessoa é "burra" ou "desonesta" em uma discussão, ela vai decidir se defender ao invés de se abrir para o diálogo.
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Diga o que você sente
E não o que você acha que os outros sentem ou fazem em relação a você. Por exemplo, ao invés de dizer "pare de me ignorar!", você pode dizer "quando você não responde a minha pergunta, eu fico incomodado". Expressar sua vulnerabilidade e sentimentos, pode ajudar o outro a se abrir para o diálogo.
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Construa junto
Não imponha suas ideias como certas. Construa o pensamento junto da outra pessoa. "O que você acha disso?" é uma ótima pergunta para fazer após apresentar seu raciocínio. "Com isso você engaja a pessoa na conversa?, afirma Fernanda. E ao invés de ficarem nas posições de ataque e defesa, as duas partes passam a buscar caminhos juntas.
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Seja o mais claro possível
Não use sarcasmo ou ironia. Escolha palavras que deixem claro o que você está sentindo e suas necessidades naquela conversa. "Desenvolver um vocabulário de sentimentos que nos permita nomear ou identificar de forma clara e específica nossas emoções nos conecta mais facilmente uns com os outros", explica Rosenberg.
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Use linguagem positiva
Se você quer que a pessoa pare de fazer alguma coisa, deixe claro. Por exemplo, em uma discussão no Facebook, seu amigo começou a usar palavras ofensivas. Ao invés de dizer "não me xingue", o que pode levar a pessoa a tomar outra atitude violenta, diga "gostaria que você me tratasse com mais respeito".
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Quando um não quer, dois não brigam
Para Fernanda Dutra, o ideal é não ir na onda da pessoa que ficou agressiva. "Se tem alguém muito nervoso, ele se acalma ao perceber que a outra pessoa está ouvindo e nem gritando", afirma. Mas isso não quer dizer tolerar algo que te machuque, apenas tomar cuidado para não perder a razão.
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