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Ana Canosa

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

'De demônio a boa menina': histórias de transas que não puderam acontecer

"Na madrugada, sozinha na minha cama, era impossível dormir com suas insistentes mensagens. Meu coração disparava. E as fantasias não tinham fim"  - Unsplash
"Na madrugada, sozinha na minha cama, era impossível dormir com suas insistentes mensagens. Meu coração disparava. E as fantasias não tinham fim" Imagem: Unsplash

Colunista de Universa

31/01/2023 04h00

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Fiz uma coletânea com amigas e amigos de histórias de transas que não aconteceram. Por razões óbvias, esdrúxulas ou simplesmente humanas. Pessoas que desejaram mas, na hora H, não foram adiante.

Quando se tem a expectativa de fazer sexo com alguém e percebemos que a outra pessoa deu um jeitinho de não acontecer, a chance de imaginar que foi por falta de interesse em nossa pessoa é bem grande. Mas a gente não sabe o que se passa na cabeça do outro. Há inúmeros motivos, como você lerá abaixo. Todas as histórias são verídicas. Escrevi exatamente como as ouvi.

1. A alfazema da tia Carola apagou meu fogo rapidinho

"Quando ele apareceu na minha casa, as coisas passaram dos limites. Minha irmã, que já era a melhor, a mais bonita e a mais inteligente, agora estava namorando um cara mais velho, charmoso e 100% interessante. Dei em cima do rapaz com todas as forças.

Naquela festa da tia Carola, quando nos encontramos sozinhos, bêbados, no banheiro da suíte, simplesmente não consegui me segurar. Mas aí vi um vidro de perfume de alfazema em cima da pia que minha irmã tinha dado para a tia Carola. Passei de um pequeno demônio a uma boa menina em questão de segundos. Culpa da alfazema."

2. Ela era ex de colega de vestiário e quis evitar comparações

"Novo na agência, me informei sobre dois assuntos fundamentais. Primeiro, se havia bate-bola regado a cerveja e, segundo, quem eram as mulheres solteiras que trabalhavam lá.

Uma delas, gaúcha, morena e responsável pelo planejamento, desfilava decotes entre o pessoal da criação. Após uma reunião com um cliente, ela me chamou para comemorarmos o sucesso. Três cervejas depois, estava quase no meu colo, beijando minha boca e esfregando aquele corpo gostoso e malhado no meu. Tinha certeza de que a noite terminaria em um motel quando o pior aconteceu.

Desavisadamente, entre uma risada e outra, revelou que já tinha sido namorada do gerente de mídia. Ao ouvir isso, pedi imediatamente a conta ao garçom e menti, dizendo que precisava ir embora resolver um assunto importantíssimo.

A verdade é que o ex-namorado dela —o tal gerente de mídia— era, por coincidência, o zagueiro do meu time. Não jogava tão bem quanto eu, mas o 'instrumento' do rapaz, que eu tive o desprazer de ver enquanto tomávamos banho no vestiário, era, no mínimo, o dobro do meu. E foi isso: ela nunca mais me deu bola, mas, como nunca acreditei naquela lorota de que 'tamanho não é documento', preferi evitar uma possível e vergonhosa comparação."

3. O chefe era delícia, mas saúde emocional em 1º lugar

"Claro que fiquei com medo de perder o emprego, de nossa boa relação profissional desandar. Sem falar na rádio peão e a fama que eu ia ter. Mas, de verdade, tudo isso foi justificativa para eu me convencer a ficar longe das suas investidas tímidas. Adoro tímidos.

Estava claro que ia dar jogo. Ia dar liga. Ia ser bom. No elevador. Na sala de reunião. Na escada de incêndio. E o que eu ia fazer depois? Fiquei com medo do depois. De balançar toda a minha estabilidade emocional, minha relação amorosa, minha vida. E, desempregada, ia ter que retomar a terapia, depois de ter tido alta há pouco mais de oito meses. Financeiramente não compensava."

4. No meio do flerte tinha um casamento

"Foi durante uma viagem a trabalho, de navio. Parecia impossível resistir. Seus olhos, que refletiam a cor do Mar Mediterrâneo, me seguiam por todos os cantos. E sua voz sempre me surpreendia com elogios sedutores. Quando percebi, já estávamos passando a noite à base de champanhe, celebrando as coisas boas da vida.

Na madrugada, sozinha na cabine, era impossível dormir com suas insistentes mensagens. Meu coração disparava. E as fantasias não tinham fim. Apesar dos convites, não fui para a cabine dele. Tinha acabado de me casar e contei a verdade. Ele achava que a 'viagem' deveria continuar mesmo assim, mas eu decidi, na época, ficar apenas com a lembrança. Bloqueei o número dele para evitar cair em tentação e nunca mais o vi."