X bloqueado? Jeitinho ensinado por Musk burla restrição e 'bomba' na China

Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), divulgou um vídeo com instruções em português sobre como usar VPN, uma rede virtual privada, como indica a sigla em inglês ("virtual private network"). Foi mais um capítulo de sua disputa com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou ontem (7) a abertura de um inquérito para investigar o bilionário.

Uma VPN é uma tecnologia que estabelece uma conexão segura entre um dispositivo, como um computador, smartphone ou tablet, e uma rede privada, como a internet.

Por dentro da tecnologia

VPNs são estradas alternativas. Pense na seguinte analogia: você precisa ir do ponto A até o ponto B, mas, por alguma razão, quer evitar a rodovia mais comum. Ela pode estar, por exemplo, bloqueada. Então, você usa um caminho alternativo para ir de A a B: esse é o espírito da VPN.

Ao usar a tecnologia cria-se um canal direto entre um ponto de acesso, como um computador ou um smartphone, e um endereço de destino, como um site, por exemplo.

Suas origens remontam justamente à busca das empresas por uma maneira segura de garantir sua comunicação pela web. Ou seja, evita-se o uso de uma conexão pública, provida pelos servidores de operadoras de internet, trocando-os pelos servidores da empresa que está oferecendo a VPN.

A navegação não chega a ser totalmente privada, mas seus dados são criptografados e seu endereço IP (identificador único atribuído a cada dispositivo conectado a uma rede) fica escondido. Os sites não conseguem identificar ou rastrear seu comportamento.

Por que a VPN faz sucesso na China?

Com base em sua estrutura, a VPN então permite que os usuários acessem conteúdos que podem estar restritos geograficamente, contornando bloqueios determinados por governos.

A China, por exemplo, é conhecida por seu duro controle sobre a internet. O governo tem o poder de monitorar plataformas digitais desde 1994. Até existem redes sociais, mas elas são passíveis de rastreio.

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Por lá é proibido oficialmente pesquisar ou comentar tópicos envolvendo temas como críticas ao governo e incitação a protestos, além de não permitirem a navegação anônima por parte dos usuários. Qualquer infração pode resultar em multas ou prisão (dependendo do caso).

A saída encontrada por alguns chineses e estrangeiros passou a ser o uso de sistemas de VPN - proibidos na China. Ao usar esse tipo de rede privada, os usuários conseguem navegar em sites como se estivessem em outro país, mascarando o endereço real de origem.

Há riscos em usar VPN no Brasil?

Um dos grandes problemas da lógica das VPNs é que, a não ser que você pague pela segurança delas, pode acabar se colocando em risco.

Oferecer uma VPN é algo que não demanda um alto custo, e isso facilita para que criminosos e pessoas mal intencionadas se aproveitem da situação.

VPNs gratuitas podem deixar os dados da sua conexão vulneráveis, e pontos intermediários do trajeto podem servir para que esses dados sejam roubados.

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Ao usar uma rede dessas, você está confiando seus dados e atividades ao provedor, seja ele quem for, e é possível que essa pessoa ou empresa não siga políticas de privacidade robustas.

Por fim, usar essas redes, por si só, não constitui uma atividade ilegal. No entanto, elas podem sim serem usadas com fim ilícito.

X vai ser bloqueado no Brasil?

Ainda não é possível saber. A investigação contra Elon Musk foi oficializada ontem. Ao longo desta semana, novos desdobramentos devem ocorrer.

Se você deseja se antecipar e pensar em alternativas ao X, confira aqui 8 plataformas para usar no lugar.

*Com matéria publicada em 21 de janeiro de 2022 e informações da Folha de S. Paulo de 18 de maio de 2022.

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