Como sapos e rãs eram usados para detectar se mulheres estavam grávidas
Simone Machado
Colaboração para Tilt*, em São José do Rio Preto (SP)
08/04/2023 10h02Atualizada em 08/04/2023 20h59
Descobrir uma gravidez já foi um processo para lá de estranho. Há algumas décadas, envolvia a urina da mulher e sapos ou rãs. Parece estranho, mas era dessa maneira que mulheres que viveram nos Estados Unidos e na Europa entre os anos 1930 e 1960 confirmavam se estavam à espera de um bebê ou não.
O líquido era injetado com uma seringa no saco linfático dorsal do anfíbio. Por mais bizarro que possa parecer, o método, na verdade, é baseado na mesma ciência por trás dos testes de gravidez comprados nas farmácias e feitos em casa atualmente.
Funcionava assim:
- Cerca de uma semana após a fertilização, o corpo da grávida começa a produzir o hormônio gonadotrofina coriônica humana, ou hCG -- ele vem da placenta recém-desenvolvida e está lá para desencadear a criação de outros hormônios importantes para a gravidez, como estrogênio e progesterona;
- É após a produção desse hormônio que o corpo da mulher começa a apresentar as primeiras mudanças e normalmente surge a suspeita de uma gravidez;
- Esse hormônio é facilmente encontrado na urina de mulheres grávidas;
- No passado, as mulheres contavam com uma propriedade ligeiramente diferente do hCG: sua capacidade de forçar as rãs e sapos fêmeas a ovular muito rapidamente. Isso era feito injetando a urina a ser testada nas costas desses anfíbios;
- Após um período de oito a 12 horas, tinha-se a resposta: se o anfíbio tivesse posto ovos, a gravidez estava confirmada; caso contrário, era descartada;
- Nos testes rápidos de gravidez, aqueles de farmácia, um resultado positivo ocorre quando há hCG suficiente na amostra de urina para se ligar aos anticorpos incorporados na tira de teste. Enzimas especiais também se ligam ao hormônio e alteram a cor da linha indicadora, o que informa se a mulher está grávida ou não.
O uso de rãs para testes de gravidez era totalmente real, mas não era exclusivo: camundongos, coelhos e até mesmo ratos enfrentaram a injeção de xixi em algum momento da história para descobrir se uma mulher estava grávida ou não.
*Com informações Iflscience