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EUA podem ter gasto míssil de R$ 2,5 mi para derrubar balão amador de R$ 60

Membros do grupo Northern Illinois Bottlecap Balloon Brigade, segurando um de seus balões - Reprodução
Membros do grupo Northern Illinois Bottlecap Balloon Brigade, segurando um de seus balões Imagem: Reprodução

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

19/02/2023 13h42Atualizada em 20/02/2023 13h12

Um grupo de baloeiros pode ter solucionado o mistério de pelo menos um dos óvnis (objetos voadores não identificados) avistados sobre território norte-americano nas últimas semanas. Um de seus pequenos balões desapareceu no mesmo dia e região que um objeto foi abatido pelo exército dos Estados Unidos sobre o Yukon, no Canadá.

No último sábado (11), em meio às suspeitas de espionagem da China, um míssil militar, com valor estimado em US$ 485 mil (R$ 2,5 milhões, na cotação atual), foi disparado por um caça F-22 da Força Aérea (um avião de R$ 750 milhões), para destruir e derrubar o objeto. Se for mesmo o balão amador, ele custou cerca de US$ 12 (R$ 62).

O grupo Northern Illinois Bottlecap Balloon Brigade não tem como cravar a informação, mas a trajetória de seu balão sugere uma conexão. Ele estava circulando a Terra há 124 dias, prestes a completar a sétima volta, e sua última localização registrada foi justamente próxima ao Alasca — ao lado do território Yukon.

Este tipo de balão de lazer e pesquisa, chamado "pico", parece um saco plástico com cerca de 80 cm de diâmetro; é mais leve que um pequeno pássaro. Ele carrega um transmissor de rádio, um pequeno painel solar e uma antena, e voa a uma altitude entre 10 mil e 15 mil metros, semelhante a aeronaves comerciais. Pelo caminho, se conecta a estações amadoras de rádio.

balão de vigilância chinês - Randal Hill/Reuters - Randal Hill/Reuters
Suposto balão de vigilância chinês foi atingido enquanto sobrevoava a Carolina do Sul, nos EUA
Imagem: Randal Hill/Reuters

Pânico dos balões

Este foi o terceiro de quatro objetos abatidos por ordem do presidente Joe Biden nas últimas semanas. O primeiro foi um balão chinês, acusado de espionagem, que sobrevoou os Estados Unidos por alguns dias e foi derrubado sobre o oceano Atlântico, no último dia 4.

Mas o próprio governo dos EUA já admitiu que os três objetos seguintes não guardam relação; provavelmente, eram balões de hobby ou pesquisa climática. "Nada até agora sugere que eles estavam relacionados ao programa de balões espiões da China ou que eram veículos de vigilância de qualquer outro país", disse Biden.

Também não há qualquer evidência de tecnologia alienígena ou atividade extraterrestre. Alguns analistas consideram a ação exagerada, e apelidaram o episódio de "Pânico dos Balões de 2023".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, a altitude do balão fica entre 10 mil e 15 mil metros, e não quilômetros. Informação já foi corrigida.