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Google, Meta, Apple: big techs reagem após decisão nos EUA sobre aborto

24.jun.2022: Manifestação em frente à Suprema Corte dos EUA após a decisão de revogar o direito ao aborto - Luciana Rosa/UOL
24.jun.2022: Manifestação em frente à Suprema Corte dos EUA após a decisão de revogar o direito ao aborto Imagem: Luciana Rosa/UOL

Bruna Souza Cruz

De Tilt, em São Paulo

25/06/2022 13h08

A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou ontem (24) o direito constitucional ao aborto, legalizado nacionalmente desde 1973. Com a decisão, cada estado passa a ter autonomia para tornar o procedimento legal ou não. Louisiana, Missouri e Kentucky, por exemplo, imediatamente restringiram a autorização do procedimento.

Em resposta, algumas das principais big techs anunciaram ou reafirmaram que continuarão oferecendo assistência para serviços médicos que incluem o aborto, reembolso de viagens para estados que permitam o procedimento e recolocação sem justificativa de funcionários que queiram se mudar.

Confira a seguir como Google, Meta, Apple, Microsoft, Amazon, Netflix, Uber e eBay reagiram após a decisão da Suprema Corte.

Google

O site The Verge teve acesso a um email enviado a funcionários do Google pela diretora de recursos humanos da empresa, Fiona Cicconi, com o posicionamento após a revogação nacional do direito ao aborto.

Para funcionários e seus dependentes, os benefícios de saúde da companhia podem "cobrir procedimentos médicos fora do estado". Sendo assim, os interessados podem se mudar, sem precisar dar maiores detalhes, para locais em que o aborto seja legalizado.

"Nosso plano de benefícios e seguro saúde nos EUA cobre procedimentos médicos fora do estado que não estão disponíveis onde um funcionário mora e trabalha. Os Googlers também podem solicitar a realocação sem justificativa, e aqueles que supervisionam esse processo estarão cientes da situação", explica o texto.

Confira outros destaques do email:

Esta é uma mudança profunda para o país que afeta profundamente muitos de nós, especialmente as mulheres. Cada um responderá à sua maneira, seja querendo espaço e tempo para processar, falar, voluntariar-se fora do trabalho, não querer discutir o assunto ou algo completamente diferente (...)."

A equidade é extremamente importante para nós como empresa, e compartilhamos preocupações sobre o impacto que essa decisão terá na saúde, na vida e na carreira das pessoas. Continuaremos trabalhando para tornar as informações sobre saúde reprodutiva acessíveis em nossos produtos e continuaremos nosso trabalho para proteger a privacidade do usuário.

(...) Não hesite em contar com sua comunidade do Google nos próximos dias e continue cuidando bem de si e dos outros.

Meta (grupo dono do Facebook, Instagram e WhatsApp)

De acordo com a Fast Company, a Meta afirmou que pretende oferecer reembolsos para "despesas de viagem, na medida permitida por lei, para funcionários que precisarão deles para acessar serviços de saúde e reprodutivos fora do estado."

"Estamos no processo de avaliar a melhor forma de fazê-lo, dadas as complexidades legais envolvidas", acrescentou, em nota.

Apple

Reafirmou o apoio aos funcionários que buscam cuidados relacionados à reprodução:

"Como dissemos antes, apoiamos os direitos de nossos funcionários de tomar suas próprias decisões sobre sua saúde reprodutiva. Por mais de uma década, os benefícios abrangentes da Apple permitiram que nossos funcionários viajassem para fora do estado para atendimento médico se não estivesse disponível em seu estado de origem", afirmou à Fast Company.

Microsoft

Ao site TechCrunch, a Microsoft disse, por meio de um porta-voz, que continuará apoiando funcionários e dependentes no acesso à saúde, independentemente de onde morem nos EUA e que "fará tudo o que puder sob a lei."

O pagamento de despesas de viagens envolvendo serviços médicos onde o acesso é "limitado em disponibilidade na região geográfica de origem de um funcionário" continuará sendo feito, de acordo com a empresa.

Amazon

Em maio deste ano, a Amazon já havia destacado que cobre até US$ 4.000 por ano em despesas de viagem para tratamentos médicos sem risco de vida, incluindo abortos, para funcionários nos EUA que precisem ir para outros estados, segundo informações da Reuters.

Netflix

Sobre o caso, Netflix destacou que "oferece cobertura de reembolso de viagem para funcionários em tempo integral nos EUA e seus dependentes que precisam viajar para tratamento de câncer, transplantes, cuidados de afirmação de gênero ou aborto por meio de nossos planos de saúde nos EUA."

O valor é de até US$ 10.000 para funcionários e seus dependentes.

Uber

Ao TechCruch e à FastCompany, a Uber destacou que:

"Os planos de seguro da Uber nos EUA [para funcionários] já cobrem uma série de benefícios de saúde reprodutiva, incluindo interrupção da gravidez e despesas de viagem para acesso à saúde. Também continuaremos a apoiar os motoristas, reembolsando despesas legais se algum motorista for processado sob a lei estadual por fornecer transporte em nossa plataforma para uma clínica [que realize o procedimento de aborto]."

eBay

A plataforma de comércio online eBay, bastante usada nos Estados Unidos, também informou ao TechCrunch que desde o dia 8 de junho oferece reembolsos a funcionárias que precisem viajar para ter acesso a tratamentos relacionados ao aborto que não estejam disponíveis no local em que a profissional mulher vive nos EUA.