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'Em breve': atualização na página do Orkut levanta expectativas de retorno

Orkut - comunidades - Montagem/UOL
Orkut - comunidades Imagem: Montagem/UOL

Adriano Ferreira

Colaboração para Tilt*, em São Paulo

28/04/2022 10h40Atualizada em 28/04/2022 14h25

Uma atualização na página orkut.com levantou expectativas entre internautas da possível volta do Orkut, primeira grande rede social a fazer sucesso no Brasil. Um texto atribuído ao fundador da plataforma, Orkut Buyukkokten, exibe a frase "estou construindo algo novo. Vejo você em breve!".

"Nos dedicamos muito para tornar o orkut.com uma comunidade onde você pudesse conhecer pessoas reais que compartilhavam seus mesmos interesses, não apenas pessoas que curtiram e comentaram em suas fotos", acrescenta o comunicado.

Não existem detalhes sobre uma data de lançamento e nem confirmação de que será mesmo o Orkut que retornará, mas é isso que os internautas estão apostando. No Twitter, o assunto está sendo um dos mais comentados ao longo de toda a manhã desta quinta-feira (28).

Alguns usuários chegaram até a relacionar o retorno da rede social com Elon Musk e sua última aquisição — o Twitter.

Outros lembraram que o Metaverso, última obsessão de Mark Zuckerberg, não é uma ideia tão nova quanto o criador do Facebook quer que você acredite:

O Orkut foi criado em janeiro de 2004, e teve o Brasil como um dos países de maior público, chegando a 50% dos perfis. Uma curiosidade é que o comunicado assinado por Buyukkokten exibido no site da rede social está apenas em duas línguas: inglês e português.

Em 2008, a rede social foi comprada pelo Google. Sua vida online durou até 2014. No comunicado, o texto tem ainda certa críticas às opções que existem de redes sociais de hoje.

"Trabalhamos muito para tornar o orkut.com uma comunidade onde o ódio e a desinformação não fossem tolerados. (...) Há tanto ódio online nos dias de hoje, e nossas opções para encontrar e construir conexões reais são poucas e bem escassas. Nossas ferramentas online devem nos servir, não nos dividir. Elas devem proteger nossos dados, não vendê-los", diz o texto. "Eu quero que você seja capaz de ser o seu verdadeiro eu, online e offline."

Segundo dados do site Internet Archive, que monitora mudanças em páginas da internet por meio da ferramenta Wayback Machine, a mensagem do fundador do Orkut apareceu na página orkut.com pela primeira vez em 9 de abril deste ano.

Até o dia 30 de março, a página mostrava partes do mesmo discurso de Büyükkökten, mas em vez de "novidades em breve", levava o usuário a fazer login em outra rede social criada por ele, a Hello, fundada em 2016. A partir de 31 de março, o link para o Hello sumiu, e a página foi atualizada com a carta do desenvolvedor.

A diferença é que, entre 31 de março e 9 de abril, a carta ainda terminava convidando usuários a conhecer a rede social Hello. Desde o dia 9, o final do texto foi atualizado para dizer "estou criando algo novo. Nos vemos em breve!".

O site da Hello está fora do ar no momento. Quem acessa hello.com vê uma mensagem informando que o projeto foi paralisado "enquanto nos preparamos para lançar algo ainda melhor". Isso tem feito algumas pessoas a apostar que a novidade pode ser uma atualização dela —e nada ligado ao retorno do Orkut.

Mas afinal, o Orkut já não tinha voltado?

Não é a primeira vez que circulam informações do retorno do Orkut. Em 2020, um fã da plataforma criou um app com o mesmo nome da rede social — e que, apesar da mesma aparência, não era o mesmo aplicativo. À época, a coleta de dados do programa também levantou uma certa suspeita.

Além disso, em setembro de 2014, um brasileiro esperto criou o "Orkuti", outro programa nos mesmos moldes. A cópia foi fechada pelo Google naquele mesmo mês. Em agosto de 2016, o app foi removido da Play Store, porém, menos de 24 horas depois, retornou com um novo nome: Orkut.one.

À época, o Google informou, em nota, não comentar sobre aplicativos específicos, mas ressaltou que as suas políticas "são projetadas para fornecer uma melhor experiência para usuários e desenvolvedores" e que o app teria violado tais regras. Hoje, o aplicativo se encontra fora da Play Store.

*Com informações do TechCrunch.